ATA DA CENTÉSIMA SEXTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 13-11-2014.
Aos
treze dias do mês de novembro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada,
respondida pelos vereadores Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino,
Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio
Bins Ely, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Rodrigo Maroni e
Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores
Alberto Kopittke, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Guilherme
Socias Villela, João Derly, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro,
Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon,
Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei
do Legislativo nº 234/14 (Processo nº 2523/14), de autoria do vereador João
Carlos Nedel; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 231/14 (Processo nº
2509/14), de autoria do vereador Waldir Canal. Também, foram apregoados os Ofícios
nos 1034, 1035 e 1036/14, do Prefeito, encaminhando,
respectivamente, o Projeto de Lei do Executivo nº 037/14 (Processo nº 2615/14)
e os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 008 e 009/14
(Processos nos 2616 e 2617/14). Ainda, foi apregoado o Memorando nº
049/14, do vereador Professor Garcia, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, informando que estará representando externamente este Legislativo na
Solenidade de Abertura do I Simpósio de Democracia Digital, promovido pelo
Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, no dia de hoje, em Porto
Alegre. A seguir, foi apregoado o Ofício nº 135/14, do vereador Professor
Garcia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, informando que o
vereador Delegado Cleiton estará representando externamente este Legislativo no
evento comemorativo ao Dia da Favela, no dia de hoje, em Porto Alegre. Do
EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 1188/14, de Marcos Alexandre Almeida,
Coordenador de Filial da Caixa Econômica Federal. Após, foi apregoado
Requerimento de autoria da vereadora Lourdes Sprenger, solicitando renovação de
votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 021/13 (Processo nº 0527/13). A
seguir, o Presidente registrou o comparecimento, neste Legislativo, de Oscar
Escher, Diretor Superintendente da Metroplan, concedendo a palavra a Sua
Senhoria, que discorreu sobre as ações de integração da Região Metropolitana.
Após, o Presidente concedeu a palavra aos vereadores Sofia Cavedon, Alberto
Kopittke, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro e Idenir Cecchim, que se
pronunciaram acerca do tema em debate. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o
vereador Alberto Kopittke. Em prosseguimento, o Presidente concedeu a palavra,
para considerações finais, a Oscar Escher. Os trabalhos foram
suspensos das quinze horas e trinta e oito minutos às quinze horas e trinta e
nove minutos. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Mauro Pinheiro, Sofia
Cavedon e Valter Nagelstein. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador
Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores
Paulinho Motorista, Mario Fraga e Delegado Cleiton. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em
1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 206/14, discutido
pelos vereadores Reginaldo Pujol e Delegado Cleiton, e 225/14; em 2ª Sessão, o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/14, discutido pelos vereadores
Dr. Thiago, Reginaldo Pujol, Delegado Cleiton e Mario Fraga, e os Projetos de
Lei do Legislativo nos 210, 215, 217, 226 e 227/14. Também, foi
registrada a presença do vereador Carlinhos, da Câmara Municipal de Capela de
Santana – RS. Às dezesseis horas e cinquenta e oito minutos, o Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos vereadores Professor Garcia e Mauro Pinheiro e
secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo Requerimento de autoria da Ver.ª Lourdes
Sprenger, solicitando renovação de votação do PLL n.º 021/13.
O Dr. Oscar Escher, Diretor Superintendente da
Metroplan, está com a palavra para falar sobre as ações de integração da Região
Metropolitana.
O SR. OSCAR
ESCHER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, boa tarde a todos e
a todas. É uma honra e uma satisfação vir a esta Casa falar de uma temática tão
cara para a sociedade quanto a temática metropolitana e também aproveitar o
prestígio desta tribuna para prestar contas à sociedade do trabalho que a
Metroplan vem realizando ao longo do nosso ciclo de gestão. Em falando de
Região Metropolitana, temos que considerar a presença e a importância da Capital
neste contexto. Mais do que isso: temos encontrado no Executivo Municipal a
ciência da responsabilidade do que é ser uma Cidade, do que é ser a Capital de
todos os gaúchos e ser o principal polo de uma região que tem mais de 4 milhões
de habitantes. Organizei uma sequência de imagens para poder orientar a nossa
fala e dar mais sentido através da imagem. Na nossa condição de arquiteto e
urbanista, não podemos prescindir de nos apoiar em desenhos e imagens, que é a
linguagem que mais expressa os conceitos e ideias que queremos explanar.
(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)
O SR. OSCAR
ESCHER: Todo o sistema de mobilidade e de drenagem, tudo aquilo que drena o
território metropolitano, recai sobre Porto Alegre; tanto as águas como as vias
estruturadoras da Região Metropolitana recaem em Porto Alegre. Isso dá um
significado extremamente importante na medida em que temos que avançar na
questão da gestão metropolitana, precisamos pactuar, no contexto metropolitano,
acordos de gestão partilhada. Não podemos mais viver num sistema quase
medieval, de muralhas, de divisas políticas, sem que, efetivamente, passemos a
trabalhar de maneira integrada, solidária e complementar entre o conjunto de
Municípios, haja vista que, no Plano da Mobilidade, o Pitmurb, que é o Plano
Integrado da Região Metropolitana, dá conta que o Sistema Municipal de Porto
Alegre, dentro da sua visão específica de Cidade, tem a sua racionalidade.
Também o Sistema Metropolitano, analisado do ponto de vista da sua estrutura
regional, tem a sua justificativa e validade. Agora, se sobrepusermos o Sistema
Metropolitano ao Sistema Municipal de Porto Alegre, nós encontraremos uma
irracionalidade de mais de 30%, de mais de um terço. Isso quer dizer o
seguinte: das mais de 30 mil viagens que temos ao Centro de Porto Alegre hoje,
por irracionalidade - e até diria, e peço que sejam gentis, por incapacidade
gerencial -, temos mais de 10 mil viagens diárias que seriam desnecessárias.
Nós poderíamos, uma vez integrando o Sistema de Porto Alegre ao Sistema
Metropolitano, com 80% da frota, dar a opção de, a cada cinco minutos,
itinerário para qualquer usuário do Sistema Metropolitano. Precisamos avançar
nesta integração. A Metroplan, junto com o Município de Porto
Alegre - porque Porto Alegre também é metropolitana e está presente nesse
processo -, está levando adiante um sistema de mobilidade através de troncais
metropolitanas, inclusive com o metrô.
Do ponto de vista da
engenharia do urbanismo, estamos avançando muito, mas do ponto de vista
institucional precisamos avançar, porque temos um sistema de troncais e de
perimetrais metropolitanas extremamente justificadas do ponto de vista técnico.
Precisamos, sim, do talento político dos senhores e de outros Municípios, para
sentarmos e fazermos acordos de gestão partilhada nesse contexto.
Esta imagem dá uma
ideia dos projetos que a Metroplan hoje já tem pactuado com o Ministério das
Cidades. São 90 quilômetros de troncais metropolitanas que estão já acordadas
com o Ministério das Cidades. Isso quer dizer que estamos avançando. Para o
problema da Av. Protásio Alves, Caminho do Meio, já há recurso assegurado no
Orçamento Geral da União, a fundo perdido. São recursos suficientes para
fazermos a duplicação dessas vias.
Como vocês podem ver,
há uma primeira iniciativa de criar uma Perimetral Metropolitana que retira o
fluxo do Centro de Porto Alegre em mobilidades necessárias da população. É a
Perimetral Metropolitana que liga Viamão, Cachoeirinha, Gravataí, passando por
Alvorada. É uma nova Perimetral em que nós obtivemos recursos suficientes para
fazer os projetos. E o Ministério das Cidades quando alcança recurso para
projetos está sinalizando que haverá recurso para as obras.
Aqui é mais um
detalhe dessa mobilidade - pelo exíguo tempo e pelo conjunto de conteúdos que
eu gostaria de passar para os senhores, não vou me ater a detalhes -, mas hoje
a Metroplan, junto com as comunidades - e aí quero ressaltar o excelente
trabalho que a EPTC e o Planejamento de Porto Alegre estão fazendo conosco - já
tem solução de engenharia e orçamento destacado dentro da nossa instituição,
com convênios com o Ministério das Cidades para levarmos adiante 90 quilômetros
de troncais metropolitanas. Isso, senhores, que nós
herdamos uma instituição com R$ 36 milhões de orçamento e estamos entregando
hoje, na Assembleia Legislativa, um orçamento da Metroplan de R$ 240 milhões.
Quer dizer, demos um salto enorme, não só no ponto de vista da gestão, mas,
sim, das propostas responsáveis com a alocação de recursos.
Estamos deixando a
instituição com um estoque de projetos já contratados de mais de R$ 1 bilhão.
Para terem uma ideia, esse é um slide,
se não me engano, da Av. Frederico Dihl, que está dentro do complexo
Protásio/Caminho do Meio - porque não adianta só fazer alguns investimentos,
tem que se fazer investimentos na rede em seu todo -, dá uma ideia do que vai
mudar na paisagem. Desses 90 quilômetros que nós temos de projeto e contratos
já assegurados junto ao Ministério das Cidades, todos eles vêm acompanhados de
melhorias urbanísticas. Todos eles com calçadas; com 60 quilômetros com
ciclovias; e todos eles com faixas exclusivas de ônibus e, dentro da linguagem
do desenho universal, com acesso para todos. Temos outra questão extremamente
importante, e aí, Ver. Nedel, quero destacar o seu trabalho junto à Metroplan,
a questão da vergonha que é a integração de Porto Alegre com Alvorada. Nós
temos a Capital com melhor qualidade de vida ao lado da maior vergonha
metropolitana, que são os indicadores sociais de Alvorada. O arroio Feijó, é a
nossa maior vergonha que, se não é o mais poluído, é o segundo, disputando com
o arroio do Conde, em Guaíba. Então, fizemos um trabalho enorme, estamos
trabalhando toda a integração de mobilidade entre Alvorada e Porto Alegre para
resolver gargalhos metropolitanos e, fundamentalmente, integrar a cidadania.
Porque, imaginem os senhores, mais de 40% da população de Alvorada sai todos os
dias para buscar oportunidade na Região Metropolitana. Esse é um cidadão de
Alvorada, ou é um cidadão metropolitano? Nós temos o direito de darmos as
costas para essa comunidade? Não. Então, na conexão de Porto Alegre com
Alvorada, nós temos um projeto extremamente vigoroso, que é o projeto de
duplicação da Av. Getúlio Vargas, bem como da Av. Frederico Dihl, mas estamos
trabalhando junto com a EPTC e com o Planejamento de Porto Alegre, já temos
recursos assegurados para construir uma ponte entre a região do shopping de Alvorada e o Município de
Porto Alegre. Temos alguns problemas de ordem técnico-institucional para
resolver, mas acredito que nós deixemos isso extremamente pacificado até o
final do nosso ciclo de gestão.
E, também, estamos
discutindo a integração do Plano Diretor de Alvorada com o Plano Diretor de
Porto Alegre e cumprindo a nossa responsabilidade de fazer o apoio técnico para
a gestão partilhada entre os Municípios.
Temos outra questão
institucional - e tivemos o privilégio de sermos convidados por esta Casa na
homenagem dos 80 anos da nossa Universidade, a UFRGS, onde tivemos a felicidade
de concluir a graduação e fazermos a especialização -, temos um gargalo no
prolongamento da Av. Ipiranga. Esse trabalho, do ponto de vista técnico de
engenharia, tem solução, mas precisa, em nível do arranjo institucional, da
manifestação da vontade da sociedade, através, principalmente, desta Casa, que
se consiga pactuar com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul o
prolongamento da Av. Ipiranga e conexões com a Av. Antônio de Carvalho. Quer
dizer, não há por que não trabalharmos do ponto de vista do arranjo
institucional para superarmos essa dificuldade, em que ganha a Universidade,
ganha a comunidade de Porto Alegre e ganha, também, a comunidade de Viamão. E a
Lomba do Pinheiro, também de Porto Alegre, que vive um drama diário. Aquela
região, pelos dados do Detran, aumenta quase 10% ao ano a sua frota de veículos
particulares – imagina, naquele gargalo, naquele funil: Av. Protásio Alves e
Rua Senador Salgado Filho, que vem a culminar na Av. Bento Gonçalves. Não é
mais possível que nós possamos cada vez mais incrementar o automóvel, não fazer
investimentos viários, não trabalharmos uma alternativa de transporte coletivo.
Temos outra questão
de extrema importância para a Região Metropolitana, que é a ERS-10, a via
Leste, que tem problemas na sua chegada a Porto Alegre, e precisamos trabalhar
muito bem essas alternativas de traçado.
A Metroplan, através
do seu corpo técnico, discutiu com as diferentes comunidades atingidas por esse
traçado, e temos alternativas para a sua implementação de maneira mais
sustentável, do ponto de vista ambiental e, principalmente, de mobilidade.
Precisamos estar
atentos, à medida que essa temática evoluir, para que não nos seja imposto
algum traçado que prejudique as comunidades em volta.
E, além do mais, a
Metroplan tratou desse território como um eixo de desenvolvimento e não,
simplesmente, uma via de deslocamento.
Construímos com as
comunidades envolvidas aquilo que é a maior obviedade do nosso território
metropolitano, qual seja o transporte hidroviário.
É impressionante como
uma sociedade como a nossa, cujo processo de ocupação de território se deu
pelas águas, uma sociedade como a nossa que tem um dos patrimônios aquaviários
melhores de todo o Planeta, uma comunidade como a nossa que tem um patrimônio
aquaviário que só perde para a região amazônica, tenha esquecido e deixado de
trabalhar a cultura do transporte hidroviário.
Pois bem, senhores,
fizemos esse resgate através da implementação do catamarã na travessia entre
Guaíba-Porto Alegre, e entregamos no Ministério das Cidades o Projeto
Aquaviário que integra toda a Região Metropolitana. E estaremos realizando,
agora, no dia 27, com a presença do Sr. Secretário Nacional do Transporte e da
Mobilidade Urbana, um seminário nacional de mobilidade aquaviária.
A autoridade nacional
do transporte de passageiros acenou com recursos para financiar esse projeto,
que é um dos mais revolucionários da mobilidade e é um dos mais óbvios e
históricos do nosso território.
A Metroplan, também,
nesse período de gestão, nesses dois anos e meio que estamos à testa da instituição,
deu o endereço para o patinho feio do sistema da questão da drenagem. A equação
das águas é uma só, temos endereço e recurso para vender água, porque dá
dinheiro e envolve bastante coisa. Estamos dando endereço e solução para a
questão do saneamento, porque envolve muito recuso. Mas à exceção, acredito, de
Porto Alegre e de alguma outra cidade da Região Metropolitana, não temos
endereço para a questão da drenagem. E, aí, os nossos mananciais são ocupados,
seja por degradação ambiental ou por ocupação irregular. Nada contra aquelas
pessoas que, por necessidade econômica, buscam uma solução, já que a sociedade
não lhes oferta; mas, sim, muito contra o silêncio histórico no tratamento
dessa temática.
A Metroplan
desenvolveu projetos, junto com a Secretaria de Planejamento do Estado, com a
Secretaria de Obras do Estado, com o apoio do centro de Governo, e captou.
Temos hoje, senhores, em contrato, dentro da Metroplan, mais de R$ 500 milhões
para essa temática. Licitamos, recentemente, os primeiros projetos, o pacote de
mais de R$ 20 milhões em estudos e projetos visando obras para a temática das
águas. E, senhores, a partir dessa iniciativa, dessa construção, que não é
deste ou daquele Governo, não é desta ou daquela comunidade, mas um esforço
social, a vergonha do arroio Feijó está com os dias contados, porque alocamos
R$ 224 milhões para os projetos e para as obras, já devidamente contratados
para recuperar, ambientalmente, o arroio Feijó, para levar adiante os preceitos
que estão no Plano Diretor de Drenagem de Porto Alegre, tratando os
reservatórios, o montante em Viamão, tratando a proteção complementar do
território de Porto Alegre e tratando da proteção plena da comunidade de
Alvorada. Temos os projetos, temos os recursos para as obras; agora, senhores,
temos que tratar da construção de um ambiente que se comprometa com a gestão
desse patrimônio. Para isso, temos que continuar a avançar na gestão partilhada do
território metropolitano.
Esse slide
mostra o que já está viabilizado economicamente, está com os projetos técnicos
em licitação e, no mesmo contrato, já tem recurso para as obras.
Também nós temos que trabalhar muito para que não
paire sobre a comunidade que projetos, obras de engenharia são arranjos para
carregar recursos para as empreiteiras; não, são arranjos para resolver
problemas das comunidades. Portanto, avançamos também no arranjo institucional,
implementamos aquilo que a lei já dizia: criarmos o Conselho Metropolitano.
Está criado; tem assento todos os 34 Municípios da Região Metropolitana,
presidido pelo Sr. Governador, com representação significativa da sociedade
civil, para que, nesse ambiente, saibamos fazer a gestão correta de todos esses
projetos de obras de engenharia que já estão conquistados a favor da sociedade.
Por isso, senhores, reafirmo a minha fala inicial:
é com humildade e com muito orgulho que venho a esta Casa. Ao olhar o Ver.
Villela, que é uma inspiração na gestão pública pelo momento em que fez a
governança de Porto Alegre, também aprendemos com o senhor, Ver. Villela, que
gestão se faz com atitude, com execução daquilo que a sociedade precisa.
Temos também o nosso Vereador que comandou a
Secretaria de Segurança da cidade de Canoas, com uma experiência profissional
de extrema alegria, onde aprendemos que se constrói a cidade a partir do espaço
público. E fizemos um excelente projeto de uma praça para uma comunidade
extremamente carente, que será inaugurada, com muito prazer, nesse sábado.
Na condição de gestor público, mas, principalmente,
de arquiteto urbanista, venho confessar para os senhores que nós não podemos
ser autores, temos que ser interpretes da vontade da sociedade.
Obrigado por este espaço. Estou à disposição dos
senhores. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convidamos o Dr. Oscar Escher a fazer parte da
Mesa.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Gostaria de cumprimentar o Dr. Oscar Escher, Diretor Superintendente da
Metroplan e saudar o conjunto de ações e iniciativas que apresentou aqui,
importantes, não só o momento de balanço e de fechamento de Governo, mas porque
nós desejamos, assim como toda a sociedade, uma continuidade nas políticas
públicas; que os governos se alterem, mas não se percam investimentos, projetos
conquistados, articulações, construções.
Nós, infelizmente, já vimos muito isso em termos de
Metroplan. Quando o Dr. Escher fala do arroio Feijó, eu não vou me remeter
apenas à última catástrofe que inundou a Zona Norte, mas este desafio da
recuperação do Arroio Feijó, dos seus taludes, mas principalmente do seu
entorno, no sentido de conseguir saneá-lo, de conseguir redirecionar esgotos,
construir uma recuperação da mata, da arborização ciliar - se é que se pode
chamar assim de um arroio – é muito importante e atinge quatro, cinco cidades
da Região Metropolitana. E nós tivemos um projeto importante e forte do Arroio
Feijó no Governo Olívio, coordenado pela Metroplan, que sofreu descontinuidade
na sequência.
Eu acompanhei Alvorada, Zona Norte da cidade de
Porto Alegre, o Arroio Feijó atinge os moradores, não só com a sua poluição
desmesurada, mas com a enchente, transbordando em diferentes pontos. O avanço
da ocupação irregular em seu entorno, em especial em Porto Alegre, mostra uma
absoluta falta de política, de controle, de investimento, de saneamento. E
quando o Escher nos dá a notícia dos R$ 224 milhões de recursos que, pelo que
entendi, ainda não aplicados, mas estão conquistados e em processo de
licitação, portanto, há projeto, está sendo licitado, acho que esta Casa deve
acompanhar para que não sofra descontinuidade. É um arroio estratégico para a
qualidade de vida de algumas cidades, para o saneamento do nosso Guaíba, para
qualidade de vida do arquipélago, dos pescadores, das nossas ilhas, sem falar
no conjunto das populações ribeirinhas do seu entorno.
Quero chamar também a atenção da grande
responsabilidade que a Metroplan tem com a questão do transporte urbano. Nós
não vemos saída para Porto Alegre, se não houver para na nossa Capital – estou
falando aqui da Câmara de Vereadores da Capital – uma integração verdadeira e
real; falo desde a bilhetagem aos percursos entre todas as cidades do entorno
da Região Metropolitana de Porto Alegre.
Eu perdi uma parte da sua fala, mas certamente o
senhor deve ter falado sobre o grupo de trabalho que foi instalado, não sei em
que nível de trabalho está. Nós não podemos, com a licitação de Porto Alegre,
fazer essa interlocução ainda, porque a integração vai muito devagar na Região
Metropolitana, mas quero colocar como um grande desafio. Não tem como pensar
sobre uma melhoria no transporte público, no trânsito da cidade de Porto
Alegre, se não houver a articulação entre Viamão, Canoas, Cachoeirinha,
Alvorada, das frotas de ônibus dessas cidades com o nosso sistema, com uma
facilitação para a população; se não houver uma luta coletiva de todas essas
cidades para construção e expansão de sistemas de metrô e de sistemas
alternativos. Inclusive, de sistemas alternativos como as ciclovias, com a
possibilidade dos ciclistas se deslocarem. Eu tenho exemplos de pessoas que
moram em Canoas e vêm trabalhar de bicicleta em Porto Alegre. Um número imenso
de operários que trabalham para cá e que se deslocam poderiam ser favorecidos
com transportes alternativos.
Como o meu tempo está se encerrando, quero
parabenizá-lo pelo trabalho. Desejamos que esse tema que a Metroplan e todos os
projetos aqui apresentados não sofram descontinuidade. Ontem eu ouvi uma
palestra de um professor urbanista no VI Encontro Nacional do Ministério Público na Defesa do Patrimônio Cultural, Presidente, e
ele afirmava que hoje não se pode mais pensar as cidades e sim pensar regiões.
As regiões que assim se organizaram no mundo é que estão construindo soluções
criativas para o bem-estar. As cidades hoje estão quase juntas nos grandes
aglomerados urbanos. Nós continuamos pensando de forma muito fragmentada.
Então, esse é o imenso desafio da Metroplan. Parabéns, que a Metroplan se
fortaleça nesse sentido.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Professor Garcia assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver.ª Sofia Cavedon. Registro a presença
do Ver. Carlinhos, do PTB, do Município de Capela de Santana; seja bem-vindo.
Eu sei que Deputado Maurício Dziedricki estava com o senhor. Sinta-se em casa,
Vereador.
O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, muito boa tarde, Sr. Presidente, Dr. Oscar Escher, que
honra a nossa Casa com sua presença, trazendo, na tarde de hoje, um balanço,
uma prestação de contas da gestão da qual ele esteve à frente durante o Governo
Tarso Genro. Eu não poderia deixar de vir aqui, Dr. Oscar, uma vez que fui, por
um ano, o primeiro Diretor-Executivo do Consórcio Metropolitano. No meu retorno
de Brasília, antes de ser candidato, tive a incumbência, dada pelo Prefeito
Jairo Jorge, à época, o Presidente do Consórcio Metropolitano, que é outra
entidade, que reúne os prefeitos da Região Metropolitana, e por onde se
iniciou, naquele momento, a construção desse colegiado do nosso Conselho
Metropolitano, que, na minha opinião, é efetivamente o espaço que garantirá a
continuidade das políticas que o senhor construiu, desenhou, os recursos que
captou, os projetos que estruturou. Essa é a grande função da Metroplan, esse
planejamento de médio, longo prazo, estruturante, aquilo que, muitas vezes, os
Municípios, sozinhos, não conseguem ter a percepção. E a Metroplan, que se
encontrava debilitada, sem esse alcance, sem esse potencial, nos últimos anos,
resgatou o seu papel, durante a sua gestão, em vários projetos que o senhor
trouxe aqui, e este é o futuro. Eu ouso dizer, inclusive, que sonho,
Presidente, com que possamos ter, em breve, um parlamento da Região
Metropolitano, um órgão acessório do Conselho de Prefeitos, talvez com
representantes indicados por cada Câmara, para que possamos, cada vez mais,
discutir projetos integrados da Região Metropolitana, Ver.ª Sofia, porque o
problema de Porto Alegre não é o problema de Porto Alegre: é o de Alvorada, é o
de Gravataí, é o de Cachoeirinha, é o de Canoas, Sapucaia, Esteio, São
Leopoldo.
Nós somos uma conurbação de mais de 3 milhões de
pessoas, que vivem os mesmos gargalos do processo de desenvolvimento. Por
exemplo, Alvorada enfrenta, por ser – um termo já antigo, porque já não é assim
hoje, na realidade, mas durante alguns anos foi – cidade-dormitório, problemas
de desenvolvimento na arrecadação, na estruturação do Município, e isso volta
para Porto Alegre de várias outras formas. Nesse caso, a Metroplan é, talvez,
um dos órgãos mais importantes, é pouco falado na imprensa ou de conhecimento
dos cidadãos, mas é nele que reside um novo tipo de desenvolvimento. E o
Governo Federal soube e tem sabido valorizá-lo, como tem sabido valorizar os
consórcios públicos, numa lei nova, recente, de 2009, que criou os consórcios
públicos que as cidades estão usando. Ver. Mario, Líder do Governo – faço
referência a V. Exa. como Líder do Governo sempre que vou citar o Governo, mas
não é ligado diretamente à sua pessoa –, acho que a nossa Cidade deveria usar
mais o consórcio metropolitano. Várias vezes eu já pontuei este assunto na
compra de medicamentos. Canoas, por exemplo, hoje, economiza mais de R$ 3
milhões na compra compartilhada, e Porto Alegre, sem dúvida – eu ainda vou
trazer este número –, poderia economizar algo em torno de R$ 10 milhões por ano
com a compra compartilhada.
Eu queria saudar um último destaque: o passe livre
estudantil, fruto das mobilizações dos jovens e que tem na Metroplan o seu
gestor. E que se expanda cada vez mais esse novo direito que a juventude
reivindicou nas ruas, que o Governador Tarso acolheu, e que a Metroplan gere
hoje para mais de três mil estudantes da Região Metropolitana que se locomovem
de forma subsidiada pelo Estado.
Então, parabéns pelo seu trabalho. Efetivamente,
nós, que somos atores políticos, muito mais do que o sucesso partidário,
desejamos o bem comum. Que o próximo Governo – infelizmente, o nosso não foi
reeleito talvez porque não tenhamos tido tempo de dar conhecimento desse
conjunto de importantes ações – dê continuidade, porque, com certeza, ele está
recebendo uma herança bendita, uma herança que é a Metroplan reestruturada, com
inúmeros projetos na sua carteira que vão, realmente, construir um grande
futuro para a Região Metropolitana e para Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Ver. Professor Garcia; Sr. Oscar Escher, Diretor Superintendente
da Metroplan; em nome da Bancada do Partido Progressista – formada pelos
Vereadores Kevin Krieger, Guilherme Socias Villela, Mônica Leal e por mim –,
quero lhe dar as boas-vindas e agradecer pelas importantes informações que V.
Exa. veio trazer a esta Casa. Quero também o cumprimentar, pois V. Exa. fez
referência ao Prefeito Villela, que, já naquela época, trabalhava nesse setor
de integração da Região Metropolitana e que implantou, realmente, o
planejamento em nossa Cidade; tristemente o planejamento hoje está em baixa.
V. Exa. veio trazer informações completas aqui,
inclusive trouxe esta revista (Mostra revista.), com várias informações, para
os Vereadores terem acesso. Realmente, ainda hoje pela manhã, em reunião de
Lideranças, ficamos conscientes de que somos Vereadores da Região Metropolitana, e não só de Porto Alegre, porque dependemos da
Região Metropolitana. Então, somos Vereadores da Região Metropolitana, porque
somos uma Capital. Meus cumprimentos pelo projeto, já em estudo na Caixa
Federal, com recursos já garantidos, a EPTC já o aprovou. Vamos acelerar aí com
a Caixa, fazer a licitação, porque a demanda, V.Exa. sabe bem, é muito grande.
Nós temos aqui o Dr.
Frizzo, um empreendedor de vários loteamentos imobiliários, especialmente o
Verdes Campos, lá no Caminho do Meio; temos vilas, temos a Chácara da Fumaça, a
Vila Protásio Alves, o acesso a Viamão, o acesso à Santa Isabel. Então, todos
esses detalhes de integração... Eu estive lá em Viamão justamente me
apropriando desse assunto, entrei pela Santa Isabel e fiquei impressionado com
o tamanho da Vila, fazia anos que não ia lá. Também fui lá ver o arroio Feijó,
que traz muitas dificuldades para Porto Alegre: a canalização já não existe
mais, o leito também não existe mais, está totalmente assoreado. Recebo muitas
informações dos moradores vizinhos dizendo que, quando o arroio enche, pelo
sistema de vasos comunicantes, a água não vai, retorna e alaga as moradias,
especialmente lá na Vila Nova Gleba. É importante resolver a revitalização do
arroio Feijó.
Homenageamos aqui,
Ver. Professor Garcia, os 80 anos da UFRGS, e a UFRGS vai ser fundamental para
o plano de expansão da Av. Ipiranga até Viamão conectando lá com a RS-010.
Então, eu, que conheço a parte não asfaltada da Av. Ipiranga, vejo a necessidade
dessa expansão, e V. Exa. trouxe informações de que esta região cresce na sua
frota de veículos acima de 10% ao ano.
Fiquei também impressionado com a sua preocupação
com o transporte hidroviário. Porto Alegre, realmente, tem um manancial
hidroviário que precisa ser apresentado, e temos que fazer uma equação, também,
de custo desse transporte.
Sobre prevenção das inundações, em cada chuva que
há, nós ouvimos que Porto Alegre alagou em tal, tal setor. Então, nós, o
Partido Progressista, estamos à frente do DEP, que, sem dúvida, será um
colaborador de V. Exa. para resolver esses problemas. Muito obrigado por nos
trazer essas informações fundamentais para a nossa Câmara, para os nossos
legisladores e também para o povo de Porto Alegre. Meus parabéns pela sua
gestão, receba meus cumprimentos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; demais Vereadoras e Vereadores;
Sr. Oscar Escher; é importante escutar o quanto foi feito e o quanto se
programou para se fazer pela Metroplan, um órgão que estava bastante
abandonado. Eu estava folheando a revista que o senhor nos trouxe, prestando um
balanço geral, e vi que até mesmo nós, Vereadores da Capital, os da Região
Metropolitana e os do Centro do Estado, às vezes, não temos conhecimento de
tantas coisas que aconteceram. Temos algumas coisas importantes aqui como
transporte regional, passe livre estudantil, bilhete único, regras para o
transporte, fretamento, mobilidade das grandes cidades, pacto de mobilidade,
obras de pavimentação, RS-010, algumas coisas que estão em estudo. O senhor nos
falou aqui da importância política que, muitas vezes, não se dá a essas
questões, principalmente na Região Metropolitana, Ver.
Cecchim, e, muitas vezes, principalmente nós, Vereadores, por mais que a gente
faça força para participar de algumas coisas, a gente não consegue ter essa
participação e não consegue ter entendimento do que acontece na região
metropolitana. E nós, como Vereadores, acabamos vendo os problemas que estão na
nossa Cidade e que são problemas comuns nas cidades, principalmente nas cidades
vizinhas a Porto Alegre. Aqui foi muito citada até pelo Ver. João Carlos Nedel
o Caminho do Meio onde temos Viamão, Alvorada, Porto Alegre, praticamente sem
divisas. Não se consegue nem definir direito se está em Viamão, se está em
Alvorada ou se está em Porto Alegre. Muitas vezes a gente conversa com aquelas
pessoas que estão ali e eles nos dizem que estão meio abandonados porque estão
na divisa; Alvorada não atende, Viamão não atende, Porto Alegre não atende. É
uma questão muito mais metropolitana do que de cidade, uma questão regional.
Até mesmo o escoamento, a mobilidade urbana, porque essas pessoas que vêm de
Alvorada e de Viamão vêm pelo Caminho do Meio, entram na Av. Protásio Alves e
acabam se juntando com Porto Alegre. Quem vem da Alvorada pela Av. Baltazar de
Oliveira Garcia é a mesma questão, isto é, se confunde o trânsito de duas
cidades: Cachoeirinha e Gravataí, até a chegada em Porto Alegre. Também a
questão dos ônibus, como o senhor nos falou. Então, hoje não se admite mais uma
solução somente por Porto Alegre ou somente por Viamão, por Alvorada, pois são
questões metropolitanas que nós temos que ter uma outra visão. Nós, como
Vereadores, acabamos tendo dificuldades até mesmo porque para solucionar,
trazer a solução tanto pela Prefeitura como pela Câmara, depende dos outros
Municípios. Então são questões que realmente nós temos que avançar na relação
com esses Municípios. E o senhor falou muito bem quando disse que até a questão
das obras, em si, acaba acontecendo. Porque, muitas vezes, a dificuldade maior
é na questão política porque não se tem nem o pai da criança. É de Alvorada a
responsabilidade ou é de Porto Alegre? É de Viamão? É de Gravataí? É de
Cachoeirinha? O ônibus vem por Alvorada, entra na Av. Baltazar, e a distância
percorrida pelo ônibus de Alvorada é muito maior dentro do território de Porto
Alegre do que dentro da própria cidade de Alvorada. Só que esse ônibus é
impedido de pegar passageiros da cidade de Porto Alegre porque ele vai competir
com o sistema de Porto Alegre. Isso não é mais admissível. Nós temos que buscar
soluções porque ele passa a maior parte do tempo dentro de Porto Alegre,
andando, utilizando o espaço físico de Porto Alegre, mas não pode concorrer com
o sistema, quando não deveria concorrer, deveria estar integrado no sistema
Porto Alegre-Viamão-Cachoeirinha. Então nós temos uma imensidão de ônibus
percorrendo o mesmo itinerário, com meia-dúzia de passageiros dentro de cada
um, elevando o preço da tarifa, congestionando o trânsito, e não conseguimos
buscar uma solução porque são cidades diferentes. Tenho a certeza de que temos
que buscar condições políticas para essas soluções metropolitanas, inclusive já
tenho procurado fazer um estudo de como a gente pode construir uma relação
política com os outros Municípios, para que o Parlamento, assim como tem os
consórcios, os Prefeitos estão discutindo as suas regiões, buscando os
consórcios para as compras coletivas, e nós, como Vereadores, também temos que
ter o diálogo e sermos protagonistas, junto com as Prefeituras e com o Governo
do Estado para conseguir dialogar e buscar soluções políticas para a nossa
Região Metropolitana, buscando o bem comum e a satisfação do morador de nossas
cidades, principalmente nós aqui da Região Metropolitana. Parabéns pelo seu
trabalho. Conte com esta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, Presidente Oscar Escher, V. Exa. é um técnico
qualificado da Metroplan e está de passagem pela presidência, então os elogios
e as críticas serão à Metroplan e não a V. Exa.. Lembro, Ver. Mauro Pinheiro,
para fazer justiça a V. Exa., que assisti, há dois anos ou mais, quando o
senhor estava lá na Av. Protásio Alves pedindo essa duplicação, pedindo para
que integrassem os ônibus. Então quero fazer publicamente este reconhecimento,
pois não falou só aqui da tribuna, mas foi ao local falar da importância. Na
época cumprimentei V. Exa. pelo seu programa, e volto a lhe dar esse crédito
merecido. Eu só quero, para não deixar passar batido aqui, a Ver.ª Sofia disse
que tinha o projeto pronto para o arroio Feijó no Governo Olívio Dutra, e
deixou transparecer que os governos seguintes não continuaram. Até pode ser, só
que ela esqueceu que já passaram quatro anos do Governo do PT e do Tarso Genro
e que nada foi feito de novo. Então não é bem assim: “Ah, os governos
subsequentes”. Quero lembrar bem que o último governo subsequente que não fez
nada foi o Governo Tarso Genro. E a atual direção da Metroplan também não fez
nada, mas, pelo menos, não se exibiu aqui.
Também estou vendo
esta revista. Acho que a grande realização foi a própria revista, porque o
resto é só anteprojeto, pré-projeto. Acho importante projetar, mas só para
deixar bem claro que realização mesmo eu vi em algumas ruas de Paim Filho, que
é lá perto de Santa Catarina, e de Capela de Santana. Não que não sejam
importantes, mas aqui na Região Metropolitana, executado, só na revista! E eu
lamento, não quero ser descortês com V. Exa.; já disse, é com a instituição.
Nada aconteceu! Aqui tem muita criação: “Criada a Região Metropolitana da Serra
gaúcha; convênio entre Metroplan e DNIT”, se criou muita coisa, se fez muito
convênio, assinaram muitas intenções, mas certamente para aquilo que for bom,
Ver.ª Sofia, se dará continuidade. Acho que tem que se assim, dar continuidade
e não fazer uma coisa de culpa: “A culpa é do fulano”; não, a culpa é de todos
nós. Se não continuou, se o projeto estava completo – eu não sei se estava
mesmo, não sei se o Olívio Dutra tinha um projeto para o arroio Feijó; se
tinha, não fez nos quatro anos dele, e o Tarso também não fez nos quatro anos
dele. O Rigotto e a Yeda também não fizeram. Então, vamos parar de achar
culpados aqui e fazer as coisas.
Só para dizer que os
projetos que são bons e apresentados aqui nesta revista, que são anteprojetos,
os mais pesados, e depois fazer o projeto, desapropriar, contratar e gastar o
dinheiro, é um caminho longo, principalmente quando tem que passar pela Caixa
Federal. E o Governo Federal não dá nada de presente, ele cobra juros como
cobra de qualquer um. A Caixa Federal é um banco, empresta dinheiro, e depois o
Município tem que pagar. Eu acho que tudo bem. Vamos ver o que é bom, o que tem
de concreto no projeto; os técnicos da Metroplan são muito bons, capitaneados
pelo Escher. Tenho certeza de que os técnicos que lá estão vão continuar
fazendo o trabalho que sempre fizeram para resolver problemas da Grande Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Sr. Presidente,
agradeço a colega Ver.ª Sofia Cavedon; eu falo, Dr. Oscar, para me desculpar
com o senhor, pela Casa. Eu sou acostumado, quando convido alguém para ir à
minha casa, a tratar com cordialidade. Acho que é algo que se aprende deste
pequeno, ou não se aprende mais. Venho aqui me desculpar, mas o senhor não ache
que isso é algo incomum, não se surpreenda, porque, tenho certeza de que não é
nada pessoal, porque o colega que me antecedeu tem tido essa prática cotidiana.
E aí eu estou falando na esfera política mesmo, não se trata de questões
pessoais, de forma alguma. Temos conseguido manter, na Casa, independente de
divergências, todas as discussões no campo político. Mas o problema do colega
tem sido o mau agradecimento. A Presidente Dilma é a Presidenta que mais botou
obras na cidade de Porto Alegre, várias, dezenas. Eu não sei nem se o Ver.
Idenir Cecchim consegue vir aqui e dizer uma obra que não tenha tido o papel
decisivo do Governo Federal. O senhor tem saudade - o senhor é saudoso, eu sei
– do tempo que o Fernando Henrique - sei disso, o senhor é quase que um tucano
dentro do PMDB –, do tempo que o Governo Federal recebia os Prefeitos com
cachorro, com o Exército. Cada vez que um Prefeito passava o chapéu, lá em Brasília,
tomava um cassetete do Exército, no Governo Fernando Henrique, não estou
falando da ditadura. O Orçamento que o Brasil tinha para saneamento era metade
da nossa nova Estação de Tratamento que a Presidente Dilma inaugurou com o
Prefeito Fortunati aqui, no ano passado. Inaugurou, deu um salto de 70% no
tratamento de esgoto. Só para dar um exemplo, já que estamos nessa área,
resolvi citar a questão do saneamento.
As obras que a
Metroplan estruturou, planejou, isso é absolutamente fundamental quando a gente
está dentro de um projeto de desenvolvimento. Quando a gente está num projeto
neoliberal, tudo isso é ruim, tudo isso depende de um estado com capacidade de
planejar, de licitar, de fazer obras. Tem gente que gosta de outra visão de
mundo. Não tem uma ponte aqui em Porto Alegre! É financiamento? É financiamento
sim! O senhor lembra de quando não tinha financiamento para fazer obra? Quando
os prefeitos e governadores não tinham um centavo para fazer obra? O Brasil já
foi assim!
Apesar de eu ser da
oposição, acho que o senhor tem que conviver mais com o seu Prefeito. O senhor
é do Governo Fortunati, mas não gosta do Fortunati, porque ele elogia a Dilma.
O senhor é do Partido do Vice-Presidente da República, mas faz como se não
fosse do Governo Federal. Eu não o entendo muito bem! Talvez, daqui um ano, já
não seja mais nem do Governo Sartori se ele não for muito bem. Mas não se
preocupe porque os projetos estão aqui. Inclusive, em relação à dívida do
estado – aliás, eu ainda não o vi agradecer aqui pela renegociação da dívida
que o Governador Tarso Genro fez. Acho que o senhor tinha que vir aqui e ter
mais humildade. Na política, e as pessoas sabem ver isso, é importante ter
humildade e capacidade do diálogo, principalmente com quadros técnicos, como o
Dr. Oscar Escher, que tem se dedicado à construção de obras públicas
estruturantes para as nossas cidades.
Mais uma vez,
modestamente peço desculpas porque, quando a gente recebe alguém em casa, acho
que a cordialidade é o mínimo, além de se ter a capacidade de agradecer aqueles
que estão possibilitando o desenvolvimento da cidade de Porto Alegre hoje, com
as obras que esta Cidade tem, como nunca teve antes na história deste País.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra, por cedência de tempo do Ver. Kevin Krieger.
O SR. IDENIR CECCHIM: Presidente Oscar, V.
Exa. sabe que... não sabe, porque o Ver. Alberto Kopittke é jovem, impetuoso e
precisa de uma certa afirmação perante o seu Partido principalmente. São
correntes diversas aqui do PT, então, um tenta se reforçar perante o outro, ou
uma corrente em cima da outra. Eu não preciso que o Alberto peça desculpa por
mim, quero dizer que eu não me sinto pedindo desculpa pela boca do Alberto.
Pelos meus atos, eu respondo, Alberto! E que tu também não peças desculpa pela
Casa, peças por ti e pela tua Bancada só, porque não há motivo nenhum para
pedir desculpa. Quando se fala a verdade, não precisa pedir desculpa. E
agradecer, seja a Presidente Dilma, seja o Tarso Genro, vem cá?! Agradecer a
obrigação de fazer? E, principalmente, queres que se agradeça a obrigação do
não fazer?! Isso jamais eu faria!
Essa discussão de
quem gosta do Governo que recebia as pessoas com cachorro é V. Exa., porque o Sarney é teu aliado, abraçado no Lula
e abraçado na Dilma! O Collor é abraçado no Lula e abraçado na Dilma! São esses
os teus parceiros! Eu não votei... aliás, até acho que votei igual ao Sarney,
parece que ele votou no Aécio! Parece que aí V. Exa. tem razão! Mas o Collor e
essa turma toda, esses são teus! Quem criou Judas que carregue o andor do
Judas, vai carregando, vai que desfilando! O Padilha é teu? Tu não queres
abraçar o Padilha? Então, diga a ele isso, eu não tenho nada contra o Padilha!
Vocês tinham muito até ontem, até anteontem.
(Aparte
antirregimental do Ver. Alberto Kopittke.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Isso é problema
nosso! Eu não votei no mesmo candidato do Padilha! Não votei no mesmo candidato
do Collor, quem votou foi Vossa Excelência!
Agora, as obras que
foram feitas em Porto Alegre com o dinheiro do Governo Federal não foram dadas,
então, não precisa agradecer, isso é pago a juro da Caixa Federal. Se atrasaram
todas essas obras que eram para ser da matriz da Copa é porque a Caixa Federal
atrasou, é burocrata, é cheia de burocracia, queriam avalista provavelmente!
Então, a parte que eu elogiei o Dr. Escher era a de fazer projetos, isso que
tem que fazer. Agora, agradecer aquilo que não foi feito? Tenha paciência! Não
podemos agradecer nada. Esse dinheiro que o Governo Federal empresta para a
Prefeitura de Porto Alegre deverá ser pago e vai ser pago. Só para lembrar: só
o dinheiro da Petrobras, o do “petrolão”, que essa sua turma desviou – sua
turma no sentido de ser do mesmo Partido, V. Exa. não tem nenhuma prática das
que eles têm...
(Aparte
antirregimental.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Seja quem for, pode
ser quem quiser, mas só com esse dinheiro dava para fazer todo esse arroio
Feijó, a duplicação do Caminho do Meio, a Assis Brasil, os terminais de ônibus,
tudo! Outra coisa, só para lembrar: a travessia do Guaíba, Dr. Escher. Eu fui à
inauguração, mas a Governadora era a Yeda, eu não votei na Yeda, mas quem
inaugurou foi a Yeda! O senhor deve ter se confundido com a travessia de Rio
Grande com São José do Norte, parece que tem um estudo lá. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Dr. Oscar
Escher está com a palavra para as considerações finais.
O SR. OSCAR ESCHER: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e demais presentes; eu não sei qual é a prática, mas não é muito
comum um técnico, como nós, vir a um Parlamento e prestar esclarecimentos. Eu
saúdo o debate e a manifestação de todos os senhores. Na minha fala, por favor,
sejam generosos, eu não quero incrementar nem diminuir o debate saudável que
esta Casa exerce, porque esse processo todo é uma luta da sociedade para que a
democracia representativa, cada vez mais, se aprimore e, efetivamente,
represente as comunidades.
Eu entendo que o
Parlamentar – e é um entendimento muito pessoal –, à medida que fala, não está
falando para essa ou para aquela pessoa, mas ele está falando, principalmente,
para os seus eleitores, e isso nós temos que ter a sensibilidade de
compreender, respeitar e valorizar.
Eu quero destacar, na
brilhante fala da Ver.ª Sofia Cavedon, o seu testemunho da preocupação que o
Ministério Público tem com a questão regional, a governança regional e a
necessidade que as cidades têm de se pensarem e se desenvolverem em rede.
Cientes de que essas estruturas de fiscalização com o Ministério Público,
Tribunal de Contas cada vez mais se especializam, nós também, nas outras
esferas do Executivo e do Legislativo, temos que nos especializar, sob pena de
que as estruturas de fiscalização passem a governar, e não as estruturas
democráticas e eleitas pela sociedade.
Então, Sofia,
obrigado por lembrar essa importância, não que o Tribunal de Contas e o
Ministério Público não precisem buscar excelência do conhecimento técnico, mas,
da nossa parte, enquanto Executivo, e entendo que, como cidadão do Legislativo,
também temos que buscar essas excelências.
Ver. Kopittke,
obrigado pela generosidade das suas palavras. Quero dizer que, a partir de seu
pronunciamento, sou um defensor da formação do Parlamento da Região Metropolitana,
porque só com gestão partilhada e delegação de competência vamos avançar na
questão metropolitana. Não há como as cidades fazerem pensamento de maneira
umbilical. Não há mais como as cidades fazerem pensamento, planejamento e ação
no limite, exclusivamente, do seu território. Então, é maravilhoso! Obrigado
por lembrar o passe livre, porque o passe livre é uma atitude revolucionária do
ponto de vista do transporte, que, em três meses, nós começamos a implementar.
E temos que tratar com muito carinho e cuidado, porque é a primeira iniciativa
do transporte em que se estabelece fonte de financiamento das isenções que não
sejam o outro usuário pagante. Então, temos que avançar nisso aí.
Ver. Nedel, nos
conhecemos na Temática do arroio Feijó, momento em que o senhor buscava
garantia de que a dragagem do arroio Feijó permanecesse, quando, na realidade,
de comum acordo, entramos na percepção de que esse problema recorrente só com
atitudes estruturais nós vamos vencer. Também por testemunhar o problema e o drama
da comunidade de Santa Isabel, que, cada vez mais, está crescendo e se ilhando
entre morros e gargalos de mobilidade.
Ver. Mauro, obrigado por
lembrar ao Parlamento sobre a importância de nós ajudarmos a dar identidade
metropolitana àqueles que vivem nos limites, porque ali nós temos sérios
problemas de gestão, de investimento, de governança e de cidadania.
Ver. Idenir, obrigado por lembrar da necessidade de
nós trabalharmos com questões de maior prazo. Fui Secretário de Planejamento do
Governo Ronchetti durante seis anos. Tive o privilégio de dirigir técnica e
politicamente o novo Plano Diretor daquela comunidade que está entre a segunda
e a terceira economia do Estado, e o quarto Município em população. Fizemos,
durante os seis anos da minha gestão técnica e política da temática do
planejamento, um projeto de reforma urbana que hoje está em curso. O Prefeito
eleito de oposição, então, Jairo Jorge, disse: “Mais de 90% do Plano Diretor eu
aprovo e darei continuidade”. E hoje temos o maior canteiro de obras da Região
Metropolitana, em Canoas, em cima de um planejamento prévio e de uma decisão de
continuidade.
Obrigado por lembrar sobre as dificuldades de gerir
projetos junto à Caixa Econômica Federal, isso nos oportuniza, Vereador, dizer
que, durante esses dois anos e meio que estivemos à testa da instituição, nós
não só planejamos, mas aprovamos na Caixa. Nós estamos licitando; os editais
estão nas ruas. Então, eu, como o senhor, também estou frustrado de não poder
executar isso, mas quero testemunhar para o senhor que não são algumas cidades
fora da Região Metropolitana. No período da nossa gestão, pavimentamos – o que
não entregamos, estamos entregando – 140 quilômetros nas regiões,
principalmente nas aglomerações urbanas e na Região Metropolitana. Isso dá uma
distância daqui a Canela de pavimentação executada. Então, obrigado por
oportunizar. Obrigado por lembrar a iniciativa da
Governadora Yeda Crusius que, na gestão do Secretário de Obras, o Prefeito de
Gravataí, o Marco Alba, que teve a coragem de lançar o edital da travessia. Eu
quero testemunhar que nós demos continuidade a esse projeto e tivemos uma
reunião de Governo, por imperfeições comuns a todos aqueles que ousam executar,
pois vimos ameaçada a implementação dessa brilhante iniciativa.
E lembro do dia em
que estávamos lá na SPH, quando havia problemas com a Antaq, com a Marinha,
havia problemas de toda a ordem, já era meio-dia, estavam a PGE e todo mundo e
eu disse: “Daqui ninguém sai para almoçar antes que seja redigido um documento
que viabilize o início desse processo”. E isso foi feito, Vereador. Então, é
importante que nós tenhamos planejamento e tenhamos, naquilo que é interesse
público, a continuidade. Então, obrigado por testemunhar essas questões.
Os próprios 90 Km de
pavimentação têm inspiração na nossa necessidade de darmos continuidade ao
Pitmurb. O Pitmurb é um projeto que começou no Governo Olívio, teve
continuidade em todos os outros governos e, hoje, tem um projeto metropolitano
de excelência, porque todos os governos tomaram a decisão – no meu ponto de
vista, correta – de darem continuidade.
Então, o meu respeito
a todos, os contratos desses projetos estão aí; procuramos dar o nosso melhor;
temos inspirações, inclusive, nesta Casa, na condução de processos
democráticos. Hoje Vice-Prefeito Sebastião Melo redigiu temas na revisão do
Plano Diretor que esta Casa construiu, de maneira magistral, dizendo: “Porto
Alegre tem que se enxergar de maneira metropolitana”. E, humildemente, então,
aceitamos todas as críticas. Humildemente, ficamos muito lisonjeados com os
elogios. Humildemente, continuamos a nos colocar à disposição desta Casa,
democrática e exemplar, para qualquer esclarecimento daquilo que é público.
Muito, muito obrigado por este espaço, senhores. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Dr.
Escher. Queremos agradecer a sua vinda, bastante esclarecedora, que mostrou que, cada vez
mais, há a necessidade de tratarmos da grande Porto Alegre, porque, na
realidade, os Municípios são apenas limítrofes e o cidadão transpassa de um
para o outro. Então, muito obrigado pelos seus esclarecimentos, e esta Casa
está sempre à sua disposição.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h38min.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 15h39min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos às
O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra em Comunicações.
O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente,
Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, na quinta-feira da semana
passada, Ver. Villela, fui representar a Câmara de Vereadores, como
Vice-Presidente, a pedido do nosso Presidente, na Associação Gaúcha de
Supermercados e não participei da Tribuna Popular. Eis que estava aqui o Sindppd/RS e a Sra. Vera Guasso, que vieram falar a respeito da Procempa. Fui
muito criticado por não estar presente, até por ter sido o autor da CPI da
Procempa. Inclusive foi dito que eu já estou até fazendo parte do Governo
Fortunati, porque hoje o Presidente da Procempa é uma pessoa
filiada ao PT, que a indicação seria minha e que fiz a CPI para indicar o
Presidente da Procempa.
O Presidente da
Procempa, que acho que ainda é filiado ao PT, quando assumiu, foi contra a
minha vontade. Inclusive, pedi, oficialmente, a exclusão dele do Partido dos
Trabalhadores, por não concordar com que uma pessoa filiada ao nosso Partido
fizesse parte do Governo isoladamente. Se o nosso Partido é oposição, não pode
fazer parte do Governo, e eu gostaria, inclusive, que ele revisse esta situação
e, se for o caso, que pedisse o seu licenciamento do Partido ou que o Partido
tomasse, realmente, a atitude de excluí-lo por desobedecer o Partido político.
Já que foi feita
aquela fala, quero dizer que eu concordo com o Sindicato, pois em 2004, Ver.
Alberto Kopittke, quando a Frente Popular deixou a Prefeitura Municipal de
Porto Alegre, nós tínhamos, em dezembro de 2004, 10 CCs na Procempa e 21 FGs,
num total de 31; em 2007, 37 CCs e 21 FGs, somando 58; em 2010, este número
passou para 54 CCs e 24 FGs, somando 78; em 2012, atingiu o número de 86, Ver.
Villela, 62 CCs e 24 FGs. Já melhorou um pouco, Ver. Cecchim: hoje, temos 39
CCs e 19 FGs, num total de 58. Então, são números muito elevados. Quero me
solidarizar com o Sindicato e com os funcionários da Procempa, que, muitas
vezes me procuram e colocam que a empresa já melhorou, mas que ainda pode
melhorar mais. Inclusive, estão descumprindo o que o Prefeito de Porto Alegre
falou, que queria reduzir o número de CCS do Município de Porto Alegre, e a
Procempa não reduziu como deveria reduzir uma promessa do Prefeito José Fortunati.
Então, nós achamos que podemos ainda melhorar a
Procempa, que é uma empresa na qual os próprios funcionários, hoje, se sentem
bastante abatidos por toda a mídia negativa que teve a empresa em função de
todos os desmandos que lá ocorreram. Acho que nós temos que recuperar a
Procempa, temos que melhorar as condições de trabalho, é uma empresa importante
para o Município de Porto Alegre. Todo trabalho que nós fizemos na CPI foi
justamente para sanar esses problemas. Nós não podemos admitir o que aconteceu
na Procempa e que talvez esteja acontecendo em outros cantos dessa Prefeitura,
Ver. Dr. Thiago.
Portanto é importante, sim; a CPI da Procempa foi
importante, mas acho que ainda temos que avançar dentro da Procempa e em outros
setores do Município de Porto Alegre.
Então, venho aqui dizer, claramente, aos
funcionários da Procempa, ao sindicato, ao Sindppd/RS que eu só não estava aqui
presente porque estava numa representação da Casa, mas continuo firme, fiel,
buscando a transparência no serviço público. O nosso mandato tem essa obrigação
com a sociedade, a de cuidar a transparência e buscar sempre as melhores formas
de gestão no nosso Município. Continuamos achando que a Procempa ainda pode
diminuir o número de CCs, diminuir as FGs – que são em excesso –, porque a
Procempa tem um grande trabalho a fazer pelo Município de Porto Alegre e
esperamos que o Município de Porto Alegre dê a devida atenção aos seus
funcionários, que tenham boas condições de trabalho, e sejam valorizados os
funcionários de carreira da empresa Procempa, para que ela possa exercer as
boas atividades que nós esperamos que ela exerça pela cidade de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Paulo Brum está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras; vou utilizar o meu tempo para tratar de uma
proposição que trouxe - já está em Pauta, pois gostaria que fizéssemos uma
construção, tomei o cuidado de apresentar ao Vereador e Secretário da SMIC, Dr.
Goulart, a ideia -, para cá, uma proposta de regulamentação da Feira de
Material Escolar, porque a Cidade de Porto Alegre
sempre tem uma expectativa com essa Feira no início do ano. Nas nossas
andanças, nos nossos debates com as livrarias e com a população em geral vimos
que há uma demanda de democratização da Feira, no sentido de mais
distribuidores, livrarias, papelarias poderem participar da oferta de um kit escolar mais barato, mantendo a
qualidade. A proposta que trago é que a Feira seja precedida por um edital que
use como critério de seleção, no mínimo, dez fornecedores para o kit de material básico que o MEC
determina. O MEC tem no Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação um kit
básico para Educação Infantil, um kit
básico para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, são itens diferentes.
Para o Ensino Médio e Fundamental têm esquadro e transferidor, que não se prevê
na Educação Infantil. Esses kits
básicos têm que ser listados, e as empresas interessadas ofereçam valores para
cada um dos kits, e esse seja o
critério de seleção de, no mínimo, dez empresas, para que se faça uma Feira de
fato feira, e não apenas um fornecedor providencie material escolar e oferte. E
ponho isso na proposta, que os custos de organização do espaço para a
oferta desse material escolar estejam embutidos. Portanto a empresa que ofertar
o preço do kit básico sabe que vai
ter o custo de manutenção e da instalação da estrutura, ou seja, não tem que
ter custo para a municipalidade, para o interesse público. A Feira vai
acontecer em um espaço privilegiado da Cidade, que a Prefeitura oferecerá, de
fácil acesso, e a ideia é que a gente possa, através da saudável competição,
oferecer uma variedade de produtos, com os melhores preços possíveis para as
famílias de Porto Alegre, para o início do ano.
É uma contribuição que trago ao debate, gostaria
que os Vereadores pudessem olhar o projeto. Vou propor que possamos votar esse
conjunto de projetos em Regime de Urgência, agora, no final do ano. No ano
passado, uma das principais consequências de ter apenas um fornecedor, um
convênio que a Prefeitura faz, é que acabou não acontecendo a Feira do Material
Escolar, porque, na última hora, o fornecedor, o responsável informou que não
poderia fazer, que o espaço não era adequado, que não era interessante para
ele, e a Prefeitura ficou sem alternativa para oferecer aos munícipes, ficou
presa a uma única posição. Então, se um outro empreendedor, definido por
edital, desistir, não vai prejudicar o conjunto de materiais de kits escolares que poderão ser ofertados
com um preço mais em conta. Acho que o ano letivo continua sendo o momento mais
forte de trânsito das famílias, de contato com as livrarias, e é o momento de
incentivarmos isso, com a oferta, também, de leitura, de oficinas, de
orientação aos pais. Essa é a vontade do nosso Secretário da SMIC, da discussão
que foi feita na SMIC, e eu espero que os Vereadores ofereçam emendas nesse
sentido, conversando com o nosso Secretário Goulart. Então, é para o debate com
o conjunto dos Vereadores, mas com a Cidade, para se darem conta de que é
possível diminuir o custo e garantir qualidade para o início do ano letivo.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Passamos ao
O Ver. Valter Nagelstein está com
a palavra em Grande Expediente e, ato contínuo, em Comunicações.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. O Ver. Mario Fraga
me oferece, generosamente, tempo de liderança, e eu, praticamente,
monopolizaria o tempo da tarde aqui. Agradeço-lhe a generosidade, mas não tenho
essa pretensão. Aliás, sou contra monopólios e en passant, Ver.
Villela, falávamos aqui da Procempa, o Ver. Mauro Pinheiro, acho que o
monopólio em si é um mal, qualquer monopólio. E é natural no processo do
capitalismo isso. Os Estados Unidos da América já tinham descoberto, lá na
década de 30, nas petroleiras, com a família Rockefeller, que ficou dona do
petróleo, e o governo americano foi obrigado a cindir as petroleiras em sete e,
naquela época, criou as Sete Irmãs, exatamente para criar a disputa, que é
necessária, e não ter o monopólio. Mais recentemente, o mesmo governo
americano, e aí que o processo do capitalismo desenvolvido é importante, quando
Bill Gates tinha, praticamente, o monopólio dos códigos de informática dos
sistemas de computação, novamente o governo americano interveio no processo,
porque o processo de monopólio não é bom. Não é diferente, Ver. Mauro Pinheiro,
na Procempa. Acho que era Lord Hector que dizia que o poder corrompe e o poder
absoluto corrompe de forma absoluta. O monopólio da mesma forma. Estamos vendo
a Petrobras e o que tem acontecido, e a Procempa nos oferece aqui em Porto
Alegre um serviço muito caro e nós somos obrigados a contratar os serviços da
Procempa e não tem competitividade. Outro dia fui fazer uma visita à Secretaria
do Meio Ambiente, e os servidores me levaram para ver o Setor de Licenciamento
onde estavam tendo que se cotizar para comprar roteadores, porque pediram à
Procempa para instalar os equipamentos e não instalavam. Então não é um
problema da administração do PT, do PMDB, do PDT, seja de qual for o partido, é
o conceito de monopólio que não é bom. Nós não precisamos, não podemos e não
devemos estar adstritos nem estar condenados a ser clientes de determinada
empresa, seja ela pública ou estatal, porque isso leva ao processo de
acomodação, o que é ruim. Mas não é isso que vim falar. Antes de falar o que me
traz à tribuna, Sr. Presidente, quero cumprimentar todos os Vereadores e dizer
que saí por alguns dias, saí por 15 dia em período de Licença para Tratar de
Interesse Particular, o que é sempre bom, porque sempre permite abrir as
janelas da alma, dos olhos para o mundo, ver um pouco as coisas que estão acontecendo,
embora seja bom também estar aqui dentro da Casa da gente, tratando das coisas
da província, vendo nossas questões, mas também é importante a gente sair um
pouco por aí e ver como as coisas estão funcionando em outros países, como as
coisas avançam, como são feitas, Ver. Mario, e por que nós, aqui no Brasil,
especialmente em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul temos muita dificuldade em
tentar estabelecer esses parâmetros e esses paradigmas entre as outras
culturas, as outras civilizações e a nossa, para ver exatamente onde a coisa
não está indo bem. Mas ainda antes disso, quero falar com a Ver.ª Sofia, de
forma muito respeitosa, e dizer que fui Secretário da Indústria e Comércio de
Porto Alegre, com muita honra. Nós tínhamos a Feira do Material Escolar, que,
historicamente, no Mercado Público, oferece material escolar de 15% a 20% mais
barato do que se encontra no varejo, nas livrarias de modo geral. Isso é
histórico. Portanto, Vereadora, fico um pouco surpreso, de certa forma até
pasmo, quando vejo seu projeto propondo a criação da Feira do Material Escolar,
porque ela já existe. O Ver. Cecchim foi Secretário da Indústria e Comércio e
foi responsável pela realização de seis Feiras do Material Escolar; eu fui
responsável por duas Feiras do Material Escolar, oferecendo, especialmente às
famílias mais carentes, às famílias que mais precisam, material escolar,
comprovadamente, porque os veículos de comunicação iam lá e faziam essa
pesquisa, 15% a 20% mais barato do que nas livrarias.
Da mesma forma, a Feira do Livro, já que me
lembrei, Ver.ª Sofia: nós fizemos uma reclassificação da concessão dos Alvarás
na Feira do Livro, trazendo para a condição de evento, praticamente concedendo
alvarás, para as bancas que vão para a Feira do Livro, de graça, porque nós
compreendemos que a leitura, a cultura e a educação são bens inestimáveis, que
não podem ser objeto de mercancia barata ou mercancia vulgar. E o quanto mais
pudermos fazer para estimular cultura e a educação... Existem duas formas de
abrirmos, como disse, as nossas janelas da alma e da percepção para o mundo:
uma é lendo, e a outra é tendo a possibilidade de viajar e conhecer. Tendo a
possibilidade de viajar e conhecer, inclusive é uma das formas de vencermos o
preconceito e a intolerância, que são filhos exatamente da ignorância. Porque
quando as pessoas não conhecem, elas desenvolvem pré-conceitos, elas não sabem
como é. E quando a gente tem oportunidade de conhecer outras pessoas, conhecer
outras civilizações, até outras religiões, Ver. Villela, que são diferentes da
nossa, a gente pratica o princípio da alteridade - conseguir se colocar na
posição do outro. E, se colocando na posição do outro, conseguir compreender um
pouco qual é o tipo de visão daquela outra pessoa. A partir daí ter uma visão
muito mais generosa e muito mais tolerantes em relação a essas outras pessoas.
E eu busco fazer isso, na medida do possível, sempre que posso. Recebi essa
educação dos meus pais e prezo muito em buscar legar essa mesma educação para
os meus filhos.
A minha filha mais velha, que está com 19 anos, é
acadêmica de Direito na PUC e participa de um movimento juvenil, que é um
movimento que pratica atos de caridade, entre outras coisas, o Movimento
Juvenil Chazit da comunidade israelita do Rio Grande do Sul. Ela tem oportunidade,
com subvenção do Governo de Israel, de ir para lá e ficar durante um período.
Ela vai voltar no final de dezembro; portanto, fazia nove meses que nós não
víamos a Luísa. E eu aproveitei o período de encerramento das eleições e a
necessidade de fazer uma pequena reflexão sobre algumas questões nossas, da
nossa política, sobre questões antropológicas, algumas questões sociológicas,
alguns fenômenos que são muito particulares aqui do Rio Grande do Sul e de
Porto Alegre, tentar digerir, tentar compreender um pouquinho melhor a derrota
que eu tive nesse processo eleitoral, enfim, ir lá para vê-la e para fazer esse
exercício de mais uma vez me aproximar de outras realidades. Foi bom; nós
ficamos lá dez dias junto a ela, viajando. Estive em Jerusalém. Infelizmente,
num dos dias em que eu estive lá houve mais um desses incidentes, fruto da
intolerância. Uma pessoa pegou uma van... É uma cidade maravilhosa; não só uma
cidade antiga, a cidade santa, a cidade murada, a cidade sagrada para as três
religiões, onde está a Igreja do Santo Sepulcro, supostamente - aí é uma
questão de crença e de convicção, e nós temos que respeitar - a sepultura de
Jesus Cristo, onde estão as ruínas do Templo de Salomão, destruído no ano 70
d.C. pelo império romano e o local sobre o qual se edificou a Mesquita de
Al-Aqsa, que é o segundo lugar mais sagrado para os muçulmanos. Portanto, como
todos nós sabemos é um lugar absolutamente sagrado para as três principais
religiões ocidentais. E também, infelizmente, é um lugar de fricção, porque
essas três religiões, historicamente, desde sempre, desde o início dos tempos,
acabem se conflagrando naquele local. No segundo dia, estava em Tel Aviv,
capital política de Israel, quando fui a Jerusalém, houve um incidente, que nós
felizmente não vimos. Lá é uma cidade com muitas obras públicas, Ver. Villela,
com bondes nas ruas, bondes muito modernos, que encontramos na Alemanha, na
Holanda e em vários países - trens de superfície. As ruas são muito bonitas e
muito bem pavimentadas. A cidade é praticamente toda da pedra local. E numa
dessas estações, neste dia, uma pessoa, dirigindo uma van, avança por cima de uma parada, Ver. Professor Garcia, como se
fosse uma parada de ônibus das nossas, da Av. Protásio Alves, por exemplo.
Havia 15 pessoas nesta parada, que ela atropelou, Ver. Paulinho, com a van, inclusive havia crianças. As cenas
são chocantes, são muito tristes. Naquele dia uma pessoa morreu, parece que
depois uma segunda veio a falecer, várias feridas com gravidade, dentro desse
processo, de novo, que eu rezo, que eu desejo, que rogo, que a humanidade
supere, que é esse processo de intolerância religiosa. Mas pude lá observar uma
série de questões que dizem respeito às cidades, como a questão do mobiliário
urbano e a questão do transporte público. Não só em Jerusalém, mas em outras
cidades que visitei também em Tel Aviv.
Outra questão que me chama a atenção, Sr.
Presidente, é que olhamos o noticiário à noite e vemos assim: atentado em
Israel - morreram não sei quantas pessoas, guerra na Faixa de Gaza, Guerra no
Iraque, Guerra na Síria. É verdade, são regiões conflagradas, mas o que é
curioso, o que é mais interessante, que nós percebemos, é que a nossa realidade
aqui é muito pior: em Porto Alegre, neste ano, nós tivemos, a cada 72 horas, um
latrocínio. Não há, e já cansei de vir a esta tribuna, nenhum de nós que não
tenha uma história de violência para contar. Lá, se deixarmos a porta da nossa
casa aberta à noite, não tem problema; se nós sairmos... Eu fui a uma antiga
estação de trem, que foi revitalizada; são duas regiões lindíssimas em Tel
Aviv. Eu próprio, que sou Vereador, estou lutando há seis anos pela
revitalização do Cais Mauá. Fui ao cais de Tel Aviv, trouxe fotos, mandei fotos
para alguns colegas, os hangares até parecidos com os nossos, de vidro,
bonitos, com lojas, com livrarias, com lojas de roupas, de sapatos, com
restaurantes, com vida noturna, com casas noturnas. A cidade ali, numa outra
região que era uma antiga estação de trem, da mesma forma, foi revitalizada,
com restaurante.
Quando cheguei lá, estava acontecendo uma
oktoberfest. E estava aquela juventude, aquela festa. Aí eu fui sair à noite e
falei: bom, mas não é perigoso sairmos caminhando aqui? E me disseram: não tem
problema nenhum, são 2h, 3h, podemos sair caminhando, não há problema, não
vamos ter problema nenhum, porque não há problema da insegurança. Há o problema
da insegurança localizado nas regiões de fronteiras, de conflitos étnicos e
religiosos, que precisamos pontuá-los e localizá-los muito bem, mas no seio da
sociedade, não.
Aí eu vejo a questão do mobiliário urbano -
novamente fiz um comentário aqui no meu Twitter. Ás vezes, sei que o Prefeito,
de quem sou aliado aqui, se incomoda quando alguns de nós falam certas coisas,
mas é nosso dever falar. Nós estamos, há seis anos – eu sou Vereador há dois
mandatos aqui –, lutando por lixeiras decentes. Sei que o André Carús está
fazendo um esforço lá no DMLU, mas nós não temos lixeiras decentes.
Em várias cidades, ao redor das árvores, há
estruturas metálicas – que se nós colocarmos aqui, por exemplo, serão roubadas,
porque serão derretidas -, bebedouros, enfim, nós precisamos avançar na questão
do mobiliário urbano, Sr. Presidente, e a Câmara precisa estar envolvida nisso.
Eu quero fazer um chamamento a todos os Vereadores,
porque nós precisamos ter bebedouros, lixeiras, paradas de ônibus. E parada de
ônibus não é um luxo, é para a população que mais precisa, paradas de ônibus
decentes. Eu já estive em vários lugares, alguns deles, inclusive, com o luxo
de ter um mostrador, um painel eletrônico que diz de quanto em quanto tempo o
ônibus vai chegar. E nós não conseguimos avançar, Ver. Villela.
A questão do calçamento e da qualidade viária da
Cidade – estava aqui o Ver. Cassio, que foi Secretário da SMOV – é absolutamente
triste, lamentável, em Porto Alegre, a péssima qualidade viária da nossa
Cidade, dos buracos, do desnível, dos remendos que são feitos de qualquer
jeito. Porto Alegre merece muito mais, meus colegas, meus companheiros
Vereadores! Porto Alegre merece uma orla muito mais bonita! Nós precisamos nos
reaproximar do nosso rio, requalificar o nosso lago, ou, como quiserem,
requalificar essa orla! Nós precisamos, imediatamente, suspender esse processo
da licitação do Cais do Porto, porque essa empresa já mostrou que não tem
condições, e fazer imediatamente! Eu vou pedir ao Governador Sartori que faça
isso: um novo processo de licitação para retomar o processo do Cais do Porto,
Ver. Villela, que já, há quatro anos, está parado! Não pode, não pode! Nós
precisamos ter paradas de ônibus – eu volto a dizer – decentes! Não é só a
questão dos ônibus, nós precisamos ter paradas decentes, nós precisamos ter
qualidade viária decente, nós precisamos que a Cidade seja mais aprazível, nós
precisamos ter serviços públicos de mais qualidade, nós precisamos ter uma
Justiça que funcione de fato, porque o que eu vejo nesses países – saí de lá e
fui para a Itália –, e é a mesma coisa na Itália, são milhares e milhares de
imigrantes. A gente sai a caminhar à noite, num bairro turístico, e fica
preocupado, e as pessoas dizem: “Não te preocupas, porque tu não vai ser
assaltado”. Não tem problema, porque o sistema judiciário funciona, meus
amigos. Se alguém fizer alguma coisa, vai ser preso, vai ser levado aos
costumes, vai ser responsabilizado. E a impunidade é a mãe de muitos males do
nosso País.
Peço que compreendam que estou falando com a mais
absoluta humildade, não estou vindo aqui para querer me jactar, para dizer que
pude ir aqui ou pude ir lá, que tem que ser assim ou que tem que ser assado!
Não! É para tentar compartilhar com vocês, com a nossa Cidade, através da
TVCâmara, que precisamos olhar para essas experiências e precisamos, com nós
mesmos, ser um pouco mais críticos, no sentido da crítica construtiva, daquela
de forçarmos para que as coisas boas aconteçam. Porque eu tenho certeza de que
a nossa Cidade, que os seus filhos, que os meus, que os nossos irmãos, que os
nossos patrícios, que os nossos conterrâneos merecem muito mais. Nós merecemos
uma Cidade melhor. Nós merecemos um serviço público mais ágil, mais eficiente.
E nós temos lutado por isso, sim, de alguma forma, mas nós temos encontrado
limitações. Então, é preciso que a gente, muitas vezes, supere as pequenas
discussões que acabamos estabelecendo aqui no dia a dia, do Fulano que defende
isso, do Beltrano que defende aquilo, para tentarmos construir um grande
consenso a fim de avançarmos naquilo que precisamos.
Nós temos algumas coisas que são atávicas aqui, que
são muito ruins. Hoje, pela manhã, falava com um amigo, e ele me fez uma
observação que é absolutamente verdadeira e que vai ao encontro daquilo que a
gente fala do tal do balde de siri, ou do balde de caranguejo, que é uma
característica muito triste nossa aqui. Se a gente vai a São Paulo, e alguém
está ganhando, o outro olha e diz: “Poxa, o cara está ganhando, eu quero ganhar
também, eu vou fazer igual!”. No Brasil e no Rio Grande do Sul, especialmente
no Rio Grande do Sul, qualificação, às vezes, soa como ofensa ou como desaforo.
“O Fulano se qualificou, fez isso e fez aquilo!” A pessoa fica ofendida!
Quando, na verdade, deveria ser o contrário, nós deveríamos sacralizar a
questão da educação, do preparo, do desenvolvimento. Nós deveríamos estimular
aquele que quer empreender, Ver. Cecchim, a empresa, a coragem de empreender,
mas nosso País cria tantas e tantas dificuldades visíveis e outras tantas vezes
invisíveis. Aqui a gente fica fazendo esse exercício permanente de
autoflagelação, parece-me, porque não conseguimos avançar, não nos apercebendo
de que acabamos prisioneiros de uma realidade, de um labirinto, que aprisiona
todos nós, que nos faz escravos dessa realidade, que nós daqui não vamos sair,
que nós não vamos avançar. E aqui é um Parlamento, é um lugar onde a gente
precisa expressar a vontade e o desejo das pessoas. Não é só o desejo de uma
moradia, de algumas pessoas que vão lá, que têm a necessidade de ter uma casa e
que fazem uma invasão, que precisamos olhar com generosidade para isso. Não é
só o desejo da saúde, de alguém que precisa ir a um hospital e que não tem
tratamento médico condizente. E as pessoas que estão trabalhando num sistema
totalmente apodrecido vão se endurecendo também, vão tendo o seu coração
endurecido e não se sensibilizam mais. Mas nós temos que nos aperceber de que é
precisão mudar, de que o Brasil tem que mudar, de que o Rio Grande do Sul, mais
do que o Brasil, está padecendo de uma doença e de que nós precisamos mudar.
Parece, muitas vezes, que nós não nos apercebemos disso.
Eu vejo aqui o meu ilustre Presidente do Conselho
dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre, pessoas que estão nessa posição porque
deram as suas contribuições à Cidade. Nós precisamos valorizar conselhos como
esse, precisamos valorizar a inteligência que está acumulada na nossa Cidade.
E, muitas vezes, não fazemos isso, ficamos atavicamente presos num paradigma
que vem desde a Revolução Farroupilha, de nos dividirmos em chimangos e
maragatos; hoje, em comunistas e capitalistas, em socialistas, nisso e naquilo,
sendo que um está falando a verdade, o outro está falando a mentira, um tem o
monopólio do interesse público, o outro só trata a respeito do interesse dos
empresários e não se preocupa com as pessoas mais pobres.
E, nessa história, que é um engodo, que é uma
mentira, que é uma falácia, que é uma tremenda demagogia, todos nós nos
perdemos. E, ao invés de admirarmos aquilo que é bom e avançarmos no sentido de
querer, de perseguir aquilo que é bom, nós, ao contrário, repelimos aquilo que
é bom. Nós olhamos para alguém que tem mestrado e pós-graduação e pensamos que,
por isso, é um bobalhão, um arrogante, um petulante; quando, na verdade,
deveríamos pensar: “Poxa, eu gostaria de ser igual àquele”. Nós vamos a Nova
Iorque, vamos a São Francisco, como fomos no ano passado, para visitar o Vale
do Silício, e nos impressionamos com o sistema de estacionamento eletrônico da
cidade que mostra, se eu boto um aplicativo no meu celular, onde tem vaga, e,
assim, ao sair de casa e ir para determinado bairro, já sei onde tem vaga. Aí
chegamos aqui e não conseguimos avançar. Estamos presos, Sr. Presidente, nesse
atavismo, que nos faz pequenos. Estamos caminhando para um lugar que vai viver
uma espécie de pobreza digna, em que todo mundo vai achar que é o melhor do
mundo, em que vão ficar celebrando para sempre os atos e glórias do passado, e,
assim, nunca vamos conseguir avançar.
Quero aproveitar este período de Grande Expediente,
no momento em que estamos saindo de uma eleição para iniciar um novo Governo do
Estado, respeitando a vontade soberana, Ver. Cecchim, mesmo que eu não tenha
gostado do resultado lá em Brasília, para tentar
fazer essa grande reflexão. Acho que isso pode ser um exercício às vezes
difícil de fazer. Acho que eu deveria ter usado o Grande Expediente para falar
de uma coisa que eu considero substantiva, grande, virtuosa, que é tentarmos
abrir os olhos para construir uma sociedade menos egoísta, menos medíocre,
menos ensimesmada, pensando menos nas nossas convicções pessoais, individuais,
e tentando compreender melhor essa realidade do mundo e a beleza que existe em
outros lugares, nas outras pessoas e tentando, a partir daí, fazer uma cidade
melhor.
Era isso, Sr.
Presidente, agradeço o tempo, agradeço aos Vereadores que aqui permanecem e a
gentileza da atenção, aos que estão em casa e nos acompanham. Fica esse desejo,
mais do que qualquer outra coisa, de que consigamos abrir as nossas mentes e
corações para avançarmos, para fazermos as cobranças cidadãs, e não as
compreendam como críticas. Quando dizemos que queremos melhor asfaltamento, a
capina de uma praça, uma rua, que um posto funcione melhor, que o mobiliário
urbano saia de uma vez, nós não estamos criticando o Prefeito, nós estamos
pedindo que a Cidade funcione melhor, porque é para isso que as pessoas se
organizam numa cidade. A cidade é um grande condomínio, o Prefeito é o seu
gestor, e nós somos os fiscais e temos que cumprir com o nosso papel, com a
nossa função. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Waldir
Canal está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Paulinho
Motorista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Sr.
Presidente, Vereadores, Vereadoras, pessoal das galerias e de casa; nossos
funcionários, que trabalham bastante para que as coisas andem aqui nesta
Câmara; sem exceção, agradeço a todos. Eu estava ouvindo o Ver. Valter
Nagelstein, e, com certeza, o senhor tem o meu apoio. São palavras do nosso dia a dia,
da nossa luta, e o senhor está de parabéns.
Ontem fiquei feliz porque consegui aprovar meu
projeto do ar-condicionado para toda a frota de ônibus de Porto Alegre. Convivi
24 anos como motorista, sei o que os passageiros passam no dia a dia, tanto os
passageiros como os colegas motoristas e cobradores, com o calor imenso. Agora,
cada verão vem pior que o outro. E, com certeza, sendo aprovada a lei, que
precisa ser sancionada pelo Prefeito, a gente espera dar maior qualidade de
vida para as pessoas, para a população de Porto Alegre que nos elegeu, que nos
trouxe até aqui.
No Extremo-Sul, meu amigo Mario Fraga, a gente sabe
o que as pessoas passam num ônibus do Lami carregado, num Belém Novo carregado,
sem ar. É uma situação em que o passageiro chega a se sentir mal. Muitas vezes
parei para atender a um idoso que estava passando mal em função de muito calor.
Nos dias de quarenta e poucos graus, a sensação térmica dentro de um ônibus
chega a 50, cinquenta e poucos graus. Eu posso falar porque trabalhei muito ali
dentro, sei o que estou falando. Sei o que as pessoas passam no dia a dia, tanto
para ir trabalhar, quanto na volta, no sentido centro/bairro, é aquele
sofrimento, aquele calor, aquele estresse, a pessoa já está esperando um
ônibus. Às vezes, há linhas com percurso de 1h50min, como Lami, Belém Novo,
Moradas da Hípica, Ponta Grossa, Chapéu do Sol. As pessoas não podem continuar
sofrendo com isso. O verão está chegando, e ele vem cada vez mais forte. As
pessoas têm que ter uma qualidade de vida. Elas usam seu carro por não ter um
transporte, às vezes, de qualidade, com ar-condicionado para amenizar o calor
do verão. Elas estão utilizando carro para ir para o trabalho, e, com isso, o
trânsito fica cada vez mais caótico, como está hoje, quando temos muitos carros
na rua. As pessoas se obrigam: “Não vou esperar 2 horas para voltar para casa
se posso voltar em 40 minutos”. Por isso tem cada vez
mais carros nas ruas, as pessoas utilizam os seus carros. Com certeza, se tiver
um transporte de mais qualidade, as pessoas irão deixar os seus carros em casa
para não gastar com combustível, com estacionamento – que está muito caro no
Centro.
Eu volto a agradecer
aqui aos Vereadores que ontem votaram a favor do meu projeto. Cada Vereador
aqui tem uma opinião sobre os projetos, ninguém é obrigado a votar por
obrigação, mas nós aqui procuramos trabalhar pela nossa população.
Agradeço ao Ver.
Mario Fraga, que é o Líder do Governo, que correu atrás e está sempre nos
apoiando para que as coisas andem para a população de Porto Alegre. Agradeço a
todos os Vereadores, sem exceção. Agradeço ao Reginaldo Pujol, que sempre me dá
uma força, pois é um grande experiente da Casa, com os demais Vereadores, ao
Ver. Idenir Cecchim, nosso grande amigo e os demais Vereadores, não vou poder
citar todos; ao Dr. Thiago, que também trabalha conosco no Extremo-Sul. Independente
de partidos, eu citaria todos aqui, Delegado Cleiton, Comassetto, todos, porque
aqui trabalhamos, como sempre digo, no sentido de ajudar a população,
independente de partidos...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. PAULINHO MOTORISTA: ...e a
população ganha com isso. A população que nos elegeu e nos colocou aqui pode
ter certeza: sempre trabalharemos no sentido de que eles ganhem. O povo nos
elegeu para que trabalhemos para ele; e não vir para a Câmara e esquecer o que
ficou para trás. Agradeço a todos, estou contente e feliz pelo meu projeto ter
sido aprovado. Com certeza, o nosso povo de Porto Alegre terá uma qualidade de
vida melhor, porque merece, pois tanto sofre com o ônibus lotado, com os
horários apertados, sempre com espaço maior de horário.
Então, temos que dar
uma qualidade de vida melhor para o povo e Porto Alegre. Espero que esses
ônibus com ar-condicionado estejam circulando o quanto antes na grande Porto
Alegre. Acredito que o quanto antes será melhor, porque essas coisas têm que
ser para ontem e não esperar mais 10, 20, 30 anos. Não podemos mais esperar!
Obrigado, um abraço a todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver.
Professor Garcia; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público nas galerias,
público que nos assiste pela TVCâmara, vim aqui usar o período de Liderança de
Governo, em um primeiro momento, para falar de hoje à noite, no Extremo-Sul da
nossa Cidade, em Belém Novo, onde resido. Nós teremos lá mais uma rodada do
Orçamento Participativo. Aproveito esse momento de Liderança do Governo para
convocar as pessoas de todo o Extremo-Sul e de toda a Cidade, que quiserem
participar conosco lá na Igreja de Belém Novo, hoje, às 19h, para mais uma
rodada do Orçamento Participativo. O Ver. Paulinho Motorista, com certeza,
estará lá; Ver. Dr. Thiago, que nos acompanha em Belém Novo, sempre; Ver.
Delegado Cleiton também estará lá, com certeza, e os demais Vereadores que
puderem ir a Belém Novo... o Professor Garcia está perto, pode ser que vá lá
também, dependendo de seus compromissos. Para a nossa comunidade de Belém Novo,
quanto mais Vereadores e Vereadoras estiverem presentes, será melhor, porque é
no Orçamento Participativo que a Cidade tem decidido muitas coisas. Às vezes, a
nossa comunidade nos cobra, Ver. Paulinho Motorista, e, às vezes, a gente não
consegue explicar por que não faz. E, nesse momento, aproveito até, Ver.
Paulinho e Delegado Cleiton, casualmente o Dr. Thiago também, que é nossa
representatividade do Extremo-Sul, para cobrar mais uma vez. Eu tenho
questionado e tenho pedido o apoio dos demais Vereadores, e tenho falado com o
meu amigo, Secretário Mauro Zacher, sobre a repavimentação daquele trecho que
está faltando da Av. Juca Batista, o trecho do Loteamento Chapéu do Sol até
Belém Novo. Hoje nós vamos fazer o pedido, mais uma vez, para o Secretário
Mauro Zacher; um grupo de moradores de Belém Novo do Loteamento Chapéu do Sol,
em especial, vai pedir esse trecho – pessoal que usa mais o Chapéu do Sol até
Belém Novo. A nossa Av. Juca Batista está precisando da repavimentação. Então,
fica aqui marcado, hoje, às 19h, na comunidade Belém Novo, o Orçamento
Participativo. Nós esperamos um público aproximado de mil pessoas, as
representatividades do Lageado, da Costa Gama, do Lami, da Boa Vista, da Ponta
Grossa, do Chapéu do Sol, e de todo o entorno da Juca Batista.
Também quero dizer,
mais uma vez, que, quando o Ver. Paulinho Motorista aprova o projeto do
ar-condicionado, eu sempre faço uma lembrança, Ver. Delegado Cleiton – V. Exa.,
que sempre fala na família –, o meu pai foi motorista de ônibus a vida inteira,
ele já não está mais aqui. E, cada vez que eu voto alguma coisa para essa
categoria, eu faço uma homenagem ao meu pai, que foi motorista profissional de
ônibus por toda a sua vida. O Ver. Paulinho, aqui, representa os motoristas e
representa muito bem a sua categoria.
Por fim, quero
agradecer a todos os Vereadores, mesmo aos de oposição, que ficaram aqui para
dar quórum para votar o projeto do Executivo, do Prefeito Fortunati e da
Secretária Cleci, sobre os uniformes para as crianças das escolas municipais de
Porto Alegre. Já era implementado na cidade de Porto Alegre o uniforme, mas
ainda não era lei, e, a partir de ontem, esta Casa aprovou o projeto dos
uniformes. Qualquer Governo que vier terá que dar os uniformes para as crianças
das escolas municipais da Cidade. Um grande passo foi dado ontem. Talvez, mais
adiante, tenhamos que implementar as peças que serão dadas para ver como vai
funcionar, principalmente durante o inverno, já que é um kit com dois componentes, e o nosso inverno é rigoroso. A partir do
ano que vem, Porto Alegre é obrigada a doar o uniforme para as crianças que
estudam nas escolas municipais. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver.
Delegado Cleiton está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, funcionários desta Casa, senhores e senhoras que
nos assistem pela TVCâmara, recebo, aqui, um manifesto do Sindicato dos
Municipários de Porto Alegre em que eles demonstram uma ansiedade no sentido de
que os seus salários sejam confiscados. Temos uma ameaça nesse sentido. Quero
dizer aos funcionários que, com certeza, estaremos junto ao Governo Municipal
levando essas angústias existentes, no sentido de que podem ser confiscados -
estavam me dizendo - 30 ou 40% dos seus salários. Com isso, não se confiscam só
salários, mas se confisca um pedaço da dignidade de um funcionário público.
Então, contem com o meu apoio para que possamos juntos sentar com o Governo
Municipal para essa transformação. Não se quer nada mais do que fique como
está, no sentido de remuneração - foi o que entendi, preliminarmente. Então,
contem comigo para que nós possamos sentar e conversar.
Eu chego agora da
Central Única das Favelas, de um evento feito para a comunidade ali da Vila
Ipiranga, e voltei reenergizado, se assim posso dizer. É um trabalho muito
bonito feito pela D. Ivanete, mãe do jornalista Manoel, da RBS. Um trabalho
muito bonito. E já damos início, hoje, à Semana da Consciência Negra. Hoje, nós
temos, antes de ir ao OP do Extremo-Sul... E eu tenho andado por todas as
assembleias, e ontem, inclusive, lá na Glória, nós vimos em torno de 700 a 800
pessoas, no espaço que ficou lotado, Ver. Professor Garcia, onde houve o
retorno do Prefeito Fortunati e várias reivindicações. Várias reivindicações. E
lá houve um diferencial, pois falou-se muito em cultura, da necessidade daquela
comunidade em relação a projetos e oficinas relacionadas à cultura. Assim como
na Restinga também se falou bastante nisso. Isso é bom. Isso é muito bom.
Hoje começa, então, a
Semana da Consciência Negra e estaremos na Assembleia Legislativa, estaremos na
Prefeitura e estaremos também aqui, nesta Câmara,
prestigiando esse evento porque é um momento de refletir sobre todas as lutas
enfrentadas e todas as lutas que ainda iremos enfrentar para que tenhamos uma
sociedade sem preconceito, uma sociedade digna e justa realmente, com
oportunidades para todos. Então, é essa a demanda maior dessa Semana, é esse o
sentimento maior desta Semana: refletir, todos nós, toda a sociedade. Quando se
fala em Semana da Consciência Negra, é para negros, brancos, amarelos,
vermelhos, não tem cor...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. DELEGADO CLEITON: ...é para trazer para
dentro da sociedade esse sentimento a que todos nós temos direito, que é ter
igualdade. Sr. Presidente, agradeço o espaço. Muito obrigado a todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2178/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/14, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa,
que cria o Composta, Porto Alegre, programa de incentivo à prática de
compostagem de resíduos orgânicos domésticos em domicílios, instituições
públicas ou privadas e condomínios residenciais.
PROC.
Nº 2428/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 225/14, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que institui
a Feira de Material Escolar de Porto Alegre e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2205/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 210/14, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que
declara de utilidade pública a Academia de Letras dos Municípios do Rio Grande
do Sul.
PROC.
Nº 2305/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 215/14, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Praça Coronel Adão Cordeiro o logradouro público cadastrado
conhecido como Praça 3731 – Loteamento Jardim Itu –, localizado no Bairro
Jardim Itu Sabará.
PROC.
Nº 2366/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 217/14, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que
concede o título de Cidadã de Porto Alegre à irmã Gentila Segatto.
PROC.
Nº 2481/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 226/14, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Hélio Martins o logradouro não cadastrado conhecido como Rua H
– Vila do Sargento –, localizado no Bairro Serraria.
PROC.
Nº 2487/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 227/14, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que
inclui a efeméride Dia Municipal do Reggae no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de
maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do
Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, no dia 11 de maio.
PROC.
Nº 2555/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 007/14, que institui a Zona Rural no Município
de Porto Alegre e cria o Sistema de Gestão da Política de Desenvolvimento
Rural.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. DR. THIAGO: Ilustre Presidente,
Professor Garcia; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; quero fazer uma saudação
especial ao meu afilhado, meu professor, o Dr. Salim, Cidadão Honorário de
Porto Alegre, que se encontra aqui, e aos dois colegas do IGP, o Trajano e o
Ito, é uma satisfação tê-los aqui – o Instituto Geral de Perícias passa por uma
grande dificuldade. O Ito o elucidador daquele crime emblemático do argentino
que acabou matando a esposa brasileira e escondendo-a atrás de um armário.
Sempre costumo citar isso nas minhas aulas de Medicina Legal. Através de um
exame – e o Ver. Delegado Cleiton é bem familiarizado com isso – que acaba
deixando o sangue fluorescente, o perito, depois de horas e horas de perícia,
acabou achando esse rastro. Esse criminoso já tinha construído uma parede e
tinha colocado os restos mortais da mulher atrás da parede, portanto, um crime
extremamente bem elaborado. Foi aquele que matou a mulher e se hospedou no
hotel. A cidade de Porto Alegre conhece, faz uns dez anos esse crime, e foi
elucidado por um perito criminal, o Dr. Ito, que se encontra aqui. Então, quero
mostrar a importância da perícia criminal tanto no condão de fornecer provas à
polícia judiciária e à polícia civil, Delegado Cleiton, quanto na elucidação de
determinados crimes.
Mas venho a esta
tribuna, Sr. Presidente, para falar de um projeto de desenvolvimento rural para
a cidade de Porto Alegre, o retorno da Zona Rural no Município. Esse projeto
vem à Casa, e é importante que, a partir do dia de hoje – ele está em segunda
sessão de Pauta –, possamos nos debruçar sobre ele e fazer uma criteriosa
análise. Falo muito em nome do Extremo-Sul da Cidade. O Extremo-Sul não deseja
um desenvolvimento desenfreado, sem condições, o Extremo-Sul não deseja a
perpetuação e a multiplicação de loteamentos irregulares, o Extremo-Sul, sem
dúvida alguma, quer apontar para uma melhor qualidade de vida. O Extremo-Sul
quer um desenvolvimento sustentável, o que é primordial nos dias de hoje. Hoje
a grande discussão no mundo são as emissões de gases poluentes, que estão
tornando o efeito estufa cada vez mais importante, cada vez mais prejudicial à
saúde do ser humano, e é importante também que nós possamos pensar nisso quando
se fala em desenvolvimento social, em desenvolvimento sustentável nada mais é,
Ver. Delegado Cleiton, do que colocar o ser humano em primeiro lugar; ver o
meio ambiente, ver o ambiente natural, mas colocar o ser humano em primeiro
lugar. Para isso, precisamos ter um crescimento e um desenvolvimento
sustentável. Quando se fala em desenvolvimento sustentável, quando se fala em
desenvolvimento a partir da Zona Rural de um Município, também está se falando
de planejamento familiar, caro Ver. Mario Fraga. Planejamento familiar: dar a
possibilidade de as pessoas, de forma livre e consciente, escolherem quantos
filhos vão ter. Não é limitar o número de filhos, mas é dar essa possibilidade,
dar os instrumentos para que as pessoas possam escolher, e eu acho que...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. DR. THIAGO: ...é essa reflexão
profunda que nós temos que fazer, a partir de hoje, com o projeto da Zona Rural
no Município de Porto Alegre. E que se crie um sistema de gestão e políticas
desse desenvolvimento rural. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores; entram em Pauta hoje dois assuntos. O primeiro
deles, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, é o projeto de lei do Legislativo
que cria o Composta Porto Alegre; e o segundo, da Ver.ª Sofia Cavedon, que
institui a Feira do Material Escolar de Porto Alegre e dá outras providências.
São dois assuntos que vão merecer a minha atenção e que não serão abordados no
dia de hoje porque eu terei, Ver. Mario Fraga, a oportunidade de fazê-lo no
próximo momento em que eles correrem tempo na discussão preliminar de Pauta.
Hoje eu fico ainda, como ontem, adstrito a esse projeto que institui a Zona
Rural do Município de Porto Alegre e que cria o sistema de gestão da política
de desenvolvimento rural. O Ver. Mario Fraga, com toda a certeza, haverá de ter
uma especial atenção para esse projeto, pois o Vereador reside num dos núcleos
populacionais mais tradicionais do Município, o antigo distrito turístico de
Belém Novo, que era o local que, por muitos anos, acolhia, nos períodos fortes
de verão, quase que integralmente a população mais aquinhoada da cidade de
Porto Alegre, que mantinha, lá em Belém Novo, as suas residências de verão. Os
familiares da minha mulher, inclusive, se encontravam entre esses. Lá eu
convivi, por muito tempo, Ver. Garcia, com um ex-colega nosso aqui, o Frederico
Otávio Barbosa, que tinha propriedade em Belém Novo, antiga, e que, por longos
anos, manteve essa propriedade. Infelizmente o Frederico não tinha mais essa
propriedade quando, há pouco mais de dois anos, veio a falecer, fulminado que
foi por um câncer galopante.
Mas tudo isso que
falo em referência a Belém Novo é porque me parece que a grande característica
que esse projeto possui é de tentar conciliar, em vários pontos de Porto Alegre
– e Belém Novo é um dos locais onde isso mais claramente se apresenta –, essa
transição entre as áreas urbanas e as áreas rurais que o atual Código e a atual
Lei do Plano Diretor definiu como sendo zona rururbana, isso é, zonas mistas.
Evidente que esse projeto, com essas características que apresenta e pelos
compromissos que a Casa tem com ele, já terá, penso eu, no dia 10 de dezembro,
Ver. Garcia, uma audiência pública, na qual serão
esgotados vários aspectos que envolvem a sua propositura. Antes disso, porém, e
a partir de hoje, ele começa a sua tramitação normal na Casa, Ver. Paulinho
Motorista, que por coincidência também é um morador de Belém Novo e nesse
primeiro caminhar, a primeira etapa, ele cumpre lá na Comissão de Constituição
e Justiça, que eu presido. E eu quero antecipar que quando isso ocorrer, Ver.
Mario Fraga, Vossa Excelência...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para término do pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...então vou
concluir, Sr. Presidente, dizendo que eu pretendo, Ver. Mario, Ver. Paulinho, e
– por que não? – Ver. Delegado Cleiton, que não é de Belém Novo, mas é do
Espírito Santo, Extremo Sul de Porto Alegre, onde se localiza por inteiro essa
área que agora será chamada de Zona Rural... A tentativa aqui é de desfazer algumas
lendas, alguns equívocos e algumas barbaridades que acontecem, entre as quais a
principal e a mais grave é a sonegação aos produtores primários de acesso ao
crédito rural sob a alegação de que...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para término do pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...a característica
essencial dos programas que se destinam a financiar o produtor primário, esteja
ele onde estiver. Se a zona tem um apelido diferente, ele continua sendo
produtor primário e tem que ter acesso a esse benefício. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver.
Delegado Cleiton está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, saudar aqui os colegas e companheiros do
Instituto Geral de Perícia, IGP, e também dizer ao Dr. Thiago, que não existe
crime perfeito, e o IGP é um dos grandes responsáveis por esta máxima. Estão em
Pauta dois projetos, um do Ver. Marcelo Sgarbossa, o PLL nº 206/14, que cria o
Composta Porto Alegre, programa de incentivo à prática de compostagem de
resíduos orgânicos, domésticos, em domicílios e instituições públicas ou
privadas e em condomínios residenciais. Eu gostaria de falar com mais calma sobre
esse projeto, que agora está em 2ª Sessão Pauta, e aproveito para saudar o
querido colega, pai da Sara e do Omar, por esse belo projeto. Num segundo
momento, quero falar sobre o projeto que institui a zona rural no Município de
Porto Alegre, criando um sistema de gestão política e de desenvolvimento rural.
Esse é um debate necessário a ser feito e esperado por homens e mulheres que
moram, plantam, criam e desenvolvem no Extremo-Sul, na Zona Sul de Porto
Alegre, principalmente, esse trabalho. Como disse o Ver. Thiago, é um projeto
que tem na sua base, na sua estrutura, o pensamento maior para com o ser humano
quanto à sua convivência com a terra. Quero louvar aqui a iniciativa da Mesa
Diretora, de fazer - antecipando-se - uma audiência pública até por constatar a
importância desse projeto; ou seja, trazer a comunidade interessada– e creio que todos são interessados, não só o pessoal da Zona Sul de
Porto Alegre – para um debate mais aprofundado para ver o que realmente podemos
gestionar ao Poder Público sobre esta matéria. Parabéns aos membros da Mesa
Diretora, e como também faço parte, fico muito honrado em poder trazer essa
discussão para dentro desta Câmara. Acho que essa iniciativa da Mesa também tem
que ser tomada em relação aos projetos de grande interesse da comunidade
porto-alegrense e que deve, sim, ser inserida nessa dinâmica, dar a sua
opinião, mostrar o que deseja de um projeto do Executivo. Então, nada melhor do
que o reforço dessa discussão coletiva. É muito importante...
(Som cortado automaticamente
por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. DELEGADO CLEITON: ...a iniciativa da
Mesa Diretora. Gostaria de reforçar, Presidente, que temos que ter essa
dinâmica de, em todos os projetos de grande importância para Porto Alegre,
fazermos audiências públicas nesta Casa. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver.
Professor Garcia; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público nas galerias e
público que nos assiste pela TVCâmara, mais uma vez quero falar aqui, Ver.
Delegado Cleiton, casualmente, na nossa Região, na minha, em especial, a
Extremo-Sul. Já falei que, hoje, dia 13 de novembro, nós teremos o Orçamento
Participativo lá na Igreja de Belém Novo, a partir das 19h.
E, hoje, na 2ª Sessão de Pauta, projeto do Governo
Municipal, do Prefeito Fortunati, de todo o seu Secretariado e seu grupo de
trabalho. É lógico que, como ainda está na Pauta, os Vereadores ainda não se
apropriaram dele. Mas, a partir da Liderança do Governo, eu consegui dar uma
lida no Projeto, duas, três vezes, porque tenho muita responsabilidade sobre
aquela região. E, neste momento, aproveito para fazer uma homenagem a uma
pessoa que partiu este ano ainda, Alessandra Malinski, que tinha uma
propriedade lá no Extremo-Sul, na Av. Edgar Pires de Castro. Faço esta
homenagem a ela, que, inclusive, faria aniversário no último dia 8 de novembro.
E, lá, principalmente nesse bairro, no Lageado,
onde se ocupará mais esse Projeto do Governo que trata da Zona Rural, que, para
quem não sabe, em outros governos foram criadas essas áreas rurais lá no
Extremo-Sul. E, agora, o Governo Fortunati faz retornar ao que era, Ver.
Delegado Cleiton. E o que este projeto faz?
Infelizmente, como diz o nosso colega, Ver.
Brasinha, alguns Vereadores já querem fazer um puxadinho. Mas eu li o projeto,
Ver. Professor Garcia, e acho que o Projeto está cem por cento dentro daquilo
que nós precisamos lá no Extremo-Sul, na área rural.
Mas, como somos democráticos, e eu sou do PDT,
Partido Democrático Trabalhista, aceitarei, com certeza, discutir algumas
emendas, e, com certeza, a ideia do Ver. Delegado Cleiton é boa, a de trazermos
uma audiência pública para esta Casa.
Mas, os principais requisitos, fatos e atos que
esse projeto traz são a melhoria para os licenciamentos daquela região, as
linhas de crédito que serão criadas, a política nacional de crédito rural, que
significa que os moradores que têm suas propriedades rurais e que serão
abrangidas pelo projeto poderão pegar recursos federais; o sistema de gestão de
política e desenvolvimento rural, o Governo vai dar assistência para os
proprietários dessas áreas.
E, com isso tudo, a nossa mão de obra, que, às
vezes, está indo embora, porque não tem a produtividade necessária, ficará na
região, o que, para mim, é um dos fatores mais importantes, o de tentarmos
manter aquela população lá nos arredores do Extremo-Sul. E, coincidentemente, é
o local onde resido, que é Belém Novo.
Então, esse projeto está, a meu ver, tecnicamente,
cem por cento. Foi bem feito, foi bem organizado, e por isso trago aqui essas
considerações. É lógico que, agora, vai tramitar nas Comissões, onde será bem
discutido, Ver. Reginaldo Pujol. E V. Exa. conhece muito bem a região, porque,
desde que me conheço por gente, V. Exa. frequenta a nossa região, e, além
disso, lembrou muito bem do nosso amigo Frederico Barbosa, que, Ver. Delegado
Cleiton, lá em 1985, eu fazia torneios e havia o Torneio Frederico Barbosa. O
Ver. Reginaldo Pujol ia lá e entregava os troféus. Isso em 1983 e 1984, quando
eu era Presidente do Belém Praia Clube, nosso clube lá em Belém Novo. O
Frederico Barbosa era Vereador e era veranista lá em Belém Novo, em 1983, e
ficou com aquela casa lá por muito tempo.
Eu vim aqui para dar os parabéns pelo projeto do
Governo Fortunati e do grupo de trabalho que o executou. Eu li, reli, e acho
que vai trazer um benefício enorme para aquela comunidade, para a nossa
comunidade lá do Extremo-Sul. Dou os parabéns e espero, também, Ver. Reginaldo
Pujol, que, depois de passar na Comissão de Constituição e Justiça, ele venha
para o plenário para que a gente possa votar este ano, para que seja
implementado no ano que vem, em 2015, no seu todo, cem por cento deste projeto.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Srs. Vereadores, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 16h58min.)
* * * * *